Este governo é, sem qualquer dúvida, o governo das
trapalhadas. E se já tinha trapalhões (e trapalhona) que chegassem para dar e
vender, tem agora Rui Machete – ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros –
que no pouco tempo de governação já causou alguns embaraços, e dos fortes. E
não se entende porquê, pois Rui Machete não é um novato na política activa, nem
no Governo, pois já foi líder do PPD e vice-primeiro-ministro no célebre
governo do Bloco Central com Mário Soares como primeiro-ministro.
Pois bem, o nosso vice começou por esconder o óbvio;
estava mais que enterrado até às orelhas nas malfeitorias do BPN/SLN, e quis
dar a ideia que pouco ou nada tinha a ver com aquilo. Afinal, é verdade que não
era peça preponderante mas ocupou altos cargos e fechou sempre os olhos,
fazendo de conta que nada “via”. Acabou, assim, por avalizar todas aquelas
trapalhadas que conduziram o Banco ao caos. Depois, numa visita de Estado a
Angola, resolveu meter-se onde não era chamado e arranjou um incidente
diplomático entre os dois países e, miseravelmente, pediu desculpas e pôs-se de
cócoras porque altos dirigentes do Estado Angolano estavam a ser (apenas)
investigados em Portugal. Finalmente (mas só por agora, penso eu) resolveu
armar-se em super ministro e toca a definir uma taxa máxima, a partir da qual
teremos que negociar um segundo resgate e, com isso, deu um alerta aos célebres
mercados que têm agora um argumento para continuarem a especular. Valha-o Deus!
Mas, surpreendentemente, um ministro assim continua a
ter a confiança do primeiro-ministro e da Direcção do PPD. Mas terá a do CDS?
Tenho dúvidas. Que tristeza! Um governo a sério, com um primeiro-ministro a
sério já lhe tinha colocado uns patins.
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