quinta-feira, 3 de outubro de 2013

E ESTA?

O novo presidente da câmara do Porto acha que o Presidente da República tentou “impedir” e “condicionar” a sua candidatura 

Na noite da vitória eleitoral, Rui Moreira, o novo presidente da Câmara do Porto, acusou Cavaco Silva, de forma velada, de ter tentado prejudicar a sua candidatura independente à segunda cidade mais importante do País, revela a SÁBADO esta quinta-feira, na sua edição impressa. Numa tirada para enfatizar que tinha ganho contra tudo e contra todos, Rui Moreira disse no seu discurso de domingo: “Em nome dos portuenses, gostava e me dirigir a todos aqueles que, desde o início, tentaram impedir esta candidatura, procurando condicionar os nosso apoiantes, que obviamente não se deixaram afectar”. A seguir foi mais explícito: “Estou a referir-me às mais altas individualidades do Estado e a comentadores televisivos com pretensões políticas individuais”.

No que se refere às “altas individualidades do Estado”, Rui Moreira estava a dirigir-se ao Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, apurou a SÁBADO, que confirmou a informação com duas pessoas próximas do novo presidente da câmara do Porto.

O alvo dessas alegadas tentativas de “condicionar” teria sido Luís Valente de Oliveira, de acordo a descrição à SÁBADO de duas fontes próximas de Rui Moreira. Alguém muito próximo de Cavaco Silva terá tentado convencê-lo a não apoiar o independente Rui Moreira. Mas Valente de Oliveira, que é o presidente da Assembleia Municipal de Porto, não se deixou “afectar”, pelo menos tendo em conta o discurso público do novo presidente da Câmara do Porto. O ex-ministro cavaquista (foi 10 anos ministro de Cavaco e integrou o Governo de Durão Barroso) acabou por ser o mandatário da candidatura independente.

Rui Moreira estava convencido que o Presidente da República desejava a vitória de Luís Filipe Menezes, candidato oficial do PSD, por achar um risco para o sistema partidário o sucesso de um independente numa cidade tão importante. Não terá sido indiferente, também, o facto de ter sido o Palácio de Belém a advertir a Assembleia da República para a gralha na lei de limitação de mandatos: onde se lia presidente “da” câmara, devia ler-se presidente “de” câmara, o que poderia originar uma interpretação da lei mais favorável a Luís Filipe Menezes, que atingira o limite de mandatos em Gaia. Daí ter incluído o recado no discurso.

O sucessor de Rui Rio no Porto, que apoiou Mário Soares nas Presidenciais de 2006, foi tendo ao longo dos anos várias intervenções críticas de Cavaco Silva.

Uma fonte oficial da Presidência da República rejeitou à SÁBADO qualquer tipo de pressão por parte de Cavaco: “Obviamente, o Presidente da República não interfere em nenhum acto eleitoral nem em nenhuma candidatura”.

Não foi possível até ao momento contactar Valente de Oliveira.

Revista Sábado online

Obviamente que  Cavaco Silva não se mete em coisas desta natureza, digo eu.

2 comentários:

Kim disse...

Só nos faltava mais esta!

4pereiro disse...

Cavaco também é um homem vingativo e não aceita o sucesso ou o esperado sucesso de alguém que o enfrentou.