Confesso
que ontem pensei várias vezes se deveria ver ou não ver a entrevista a Passos
Coelho na RTP, com o nome de “O País pergunta”. Já não tenho paciência para
ouvir o primeiro-ministro a dizer tantas mentiras e a faltar ao respeito aos
portugueses. Mas, atendendo a que era um modelo diferente e até importado,
resolvi ver, embora saiba que a nossas televisões são fracos macacos de
imitação no que diz respeito a modelos televisivos.
Devo
dizer que não fiquei entusiasmado com o tipo de programa. Preferia uma
entrevista com três ou quatro jornalistas a interpelar o primeiro-ministro
tendo em conta perguntas previamente feitas por alguns cidadãos.
Quanto
à entrevista propriamente dita e ao comportamento de Pedro Passos Coelho, nada
de novo. Lá veio a ladainha do costume: é preciso mais austeridade para diminuir
o défice e a dívida pública, independentemente do empobrecimento dos
portugueses. Passos Coelho, com ar altivo de quem está num pedestal a falar
para gente menor, a quem trata pelo nome próprio apesar de o tratarem a ele por
senhor primeiro-ministro (se calhar andaram todos com ele na escola), fez
profissão de fé de que vai continuar o caminho por ele traçado: austeridade,
austeridade e mais austeridade. E se falhar…, o país falha com ele.
Como
é possível estarmos a ser governados por um tipo destes? Até quando?
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