quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

O Costa do BdP

Carlos Costa, Governador do Banco de Portugal, está neste cargo fora do tempo. Faria provavelmente melhor figura no tempo do Estado Novo, onde uma das primeiras prioridades de quem ocupava aquele lugar era, de modo algum, fazer ou deixar que algum funcionário do banco fizesse algo que não agradasse ao governo, mas, bem pelo contrário, agradar e ser subserviente. Após o 25 de Abril, depois de institucionalizada a Democracia, foram vários os governadores do banco central, de vários quadrantes políticos e nem sempre militantes ou próximos do ou dos partidos do poder. E não consta que qualquer deles tivesse feito o que Carlos Costa fez agora – vetar o acesso a um cargo superior de um funcionário que tenha feito reparos ou até críticas a opções tomadas pelo Governo.

Foi hoje notícia nos primeiros noticiários da manhã que Carlos Costa contrariou a decisão de um júri independente que tinha atribuído o cargo de director do departamento de estudos económicos ao actual director-adjunto, com o argumento de que “as candidaturas não reuniam todos os requisitos” (???). Mas, segundo apurou a TSF, o verdadeiro motivo foi o Governador (ou comissário do Governo?) não ter gostado de reparos feitos pelo candidato a decisões do Governo. São estes os tempos que vivemos, pouco consentâneos com o Portugal Europeu, e mas mais próprios daquelas pseudodemocracias de países latino-americanos ou africanos. E o rei, neste caso o Presidente, não vai nú…, mas vai cego. Até quando?

1 comentário:

500 disse...

O dito "rei", não nu, mas engravatado, acompanhado pela senhora Maria, anda a ver o "empreendedorismo social", seja isso o que for.