sábado, 21 de dezembro de 2013

MEMÓRIAS (LITERÁRIAS)



 
Dizem que hoje, lá para as 17 horas, começa o Inverno.
Agasalhem-se e previnam-se com o guarda-chuva

E,
Neste dia, em 1805, morreu Manuel Maria de Barbosa l'Hedois du Bocage, poeta 



SONETO DO EPITAPHIO

La quando em mim perder a humanidade
Mais um daquelles, que não fazem falta,
Verbi-gratia — o theologo, o peralta,
Algum duque, ou marquez, ou conde, ou frade:

Não quero funeral communidade,
Que engrole "sub-venites" em voz alta;
Pingados gattarrões, gente de malta,
Eu tambem vos dispenso a caridade:

Mas quando ferrugenta enxada edosa
Sepulchro me cavar em ermo outeiro,
Lavre-me este epitaphio mão piedosa:

"Aqui dorme Bocage, o putanheiro;
Passou vida folgada, e milagrosa;
Comeu, bebeu, fodeu sem ter dinheiro".

1 comentário:

Kim disse...

Este é que sabia levar a vida!