Se ainda havia dúvidas que em Portugal se agrava cada
vez mais o fosso entre ricos e pobres, tivemos hoje uma notícia que vem
confirmar isso mesmo. Segundo a revista FORBES as fortunas dos três portugueses
mais ricos – Américo Amorim, Alexandre Soares dos Santos e Belmiro de Azevedo –
subiram mais ou menos 17%, que em termos de valor ronda os dois mil milhões de
euros. Como é possível em tempo de crise?! Bom, é possível porque a
austeridade, pelos vistos, não toca a todos do mesmo modo. Bem pelo contrário.
Este trio faz parte de um núcleo de empresários a quem o Governo aumentou e
continua a aumentar os benefícios fiscais.
Como se sentirão muitos portugueses, sobretudo aqueles
que têm rendimentos que não lhes permite viver com a dignidade a que têm
direito, e aqueles pertencentes às classes médias que no activo ou já na
reforma são sempre chamados a suportar os cortes que têm como objectivo atingir
um défice que o Governo não controla? Naturalmente com muita raiva.
Ora, provavelmente com outro tipo de políticas, talvez
aqueles três senhores, e alguns outros que se lhes seguem, aumentassem menos as
suas fortunas e permitissem um alívio àqueles que estão sempre a “pagar a fava”.
Mas, enquanto formos governados por estes talibãs do neoliberalismo, não
acredito que isso suceda. Por isso um alerta que está na moda: “de nada serve
protestarmos como leões, se depois votamos como jericos”!
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