Depois de ter conduzido, com o silêncio cúmplice da Igreja, a mais violenta política contra a família e a natalidade de que há memória no Portugal democrático, o Governo de Passos Coelho e Paulo Portas quer agora convencer-nos de que está muito preocupado com a queda brutal no número de nascimentos.
Mas o velho truque da nomeação de um grupo de trabalho já não engana ninguém.
(...)
Agora que as eleições se aproximam, o Governo parece convencido de que chegou o tempo de toda a propaganda e de todas as encenações. Pelo que se vê, a imaginação não tem limites: aumentaram os impostos mas querem baixá-los; cortaram salários mas pensam subi-los; pararam os investimentos mas juram fazê-los; mandaram os jovens emigrar mas pretendem-nos de volta; atacaram a natalidade mas querem que as famílias tenham mais filhos. Por cada fracasso, uma promessa. Por cada promessa, um grupo de trabalho. Entretanto, é claro, pedem a confiança e o voto dos portugueses. Outra vez. É mesmo a primeira bola a sair do saco.
Pedro Silva Pereira, in Económico
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