Tanta expectativa para quê?
Quando se soube da carta que o primeiro-ministro
Passos Coelho enviou a António José Seguro, convidando-o para uma reunião com o
objectivo de estabelecer um consenso sobre o pós-troika, na véspera de entregar
o “Documento de Estratégia Orçamental – DEO” em Bruxelas, gerou-se uma
expectativa completamente despropositada. Primeiro questionava-se se Seguro ia
ou não ia; depois, questionava-se se, indo, aceitaria qualquer tipo de acordo. Ora,
se relativamente ao ir ou não ainda poderia haver divisão de opiniões e, por
isso, alguma expectativa, poucas dúvidas havia quanto à possibilidade de se
gerar algum consenso. Esta palavra referida vezes sem conta pelos membros do
Governo, por dirigentes dos partidos da maioria e até pelo Presidente da
República, significa acordo, mas
para eles significa concordo! É isso
que eles pedem ao PS e sobretudo ao seu líder António José Seguro. Portanto,
este só poderia dizer não. Caso contrário trairia o partido – não só os seus
militantes, mas também os seus simpatizantes e votantes – e muitos portugueses que
não aceitam esta maldita austeridade e querem uma política alternativa que
equilibre, sim, as contas públicas, mas que acabe com o empobrecimento do país
e dos portugueses em geral.
Seguro não podia fazer outra coisa, e fê-lo bem.
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