sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

CONTRIBUTOS EXTERNOS

Mais um contributo do Henrique Antunes Ferreira


Emigração obrigatória…
Por Antunes Ferreira
 O cientista português Tiago Rodrigues desenvolveu uma técnica que “provou conseguir detectar mais cedo e com maior precisão" o cancro, um feito que consta de um artigo publicado domingo na revista Nature Medicine.
O investigador trabalha na Universidade de Cambridge e a sua equipa partiu da constatação de que uma das características fundamentais de qualquer cancro é a multiplicação descontrolada das células anormais que o constituem. “Este crescimento anormalmente rápido implica que a maioria dos tumores utiliza muito mais glicose (a principal fonte de energia do corpo) do que os tecidos normais", explicou uma fonte da universidade que está a divulgar a descoberta.
Entretanto, José Manuel Silva, o Bastonário da  Ordem dos Médicos admitiu que a técnica desenvolvida pelo investigador português para detectar cancros mais cedo poderá ajudar no futuro e lamentou os cortes financeiros que têm sido feitos nos projectos de investigação. "No futuro poderá revelar-se numa ajuda no diagnóstico precoce no cancro, mas tem de se prosseguir a investigação para confirmar esse potencial", disse José Manuel Silva, em declarações à agência Lusa.
E disse ainda ser um “orgulho e uma satisfação" o facto de se tratar de um processo de investigação científica desenvolvido por uma equipa liderada por um português, referindo tratar-se de um exemplo que demonstra o "potencial de inovação, invenção e investigação" existente em Portugal. O regozijo do Dr. José Manuel da Silva foi lamentavelmente obscurecido. E porquê? A resposta deu-a o próprio médico: "Infelizmente [este potencial de investigação] está a ser desaproveitado por força dos cortes financeiros que estão a ser colocados às universidades”-

Apetece dizer “sem comentários”; mas logo de seguida, um  estudo internacional encomendado por uma seguradora avaliou 12 países em diversos Continentes e concluiu que Portugal é o segundo país da Europa com maior desejo de emigração. Apenas a Rússia se encontra acima de nós na percentagem de pessoas que querem emigrar, com 64%. Eis um caso raro, pois que desta feita  não somos os segundos… a contar do fim.  Somos os segundos a contar… do princípio No nosso país foram entrevistadas 629 pessoas de todas as faixas etárias, sendo que que 62% deste universo quer sair do País para procurar oportunidades profissionais e melhores condições de vida. Mesmo assim, 13,7% admite ter medo de dar esse passo.
Foram 12 os países estudados – Alemanha, Áustria, Austrália, Espanha, Itália, Irlanda, Marrocos, México, Portugal, Reino Unido, Rússia e Suíça; no entanto, as razões dos russos são diferentes das dos portuguesas: eles cidadãos querem sair do seu país para procurar uma vida com menos crime e menos corrupção. A Alemanha, a Áustria e a Suíça são os países que quase metade dos inquiridos prefere como destino (40,4%).
Estamos perante mais um desenvolvimento que comprova a má-fé e a mentira e o descontrole dos (des)governantes que infelizmente temos. Os portugueses querem emigrar; a percentagem deles é da ordem dos 62%. Não admira, face às aspirações de melhor vida que hoje não se concretizam em Portugal. É uma vergonha, mas estamos a voltar ao tempo salazarento, só que sem a mala de cartão da Linda de Suza.
Agora os candidatos levam com eles os canudos que foram alcançando no seu percurso escolar. É coisa que não falta por cá – e dada a crise e a autoridade, digo, austeridade, os estudantes coleccionam licenciaturas, mestrados e doutoramentos, pois não conseguem arranjar trabalho; já não falo em emprego, refiro-me à obtenção de um posto de trabalho.

Há poucos dias Passos Coelho, já nem sei onde, defendia que o país precisa de gente qualificada para enfrentar os desafios que se colocam a Portugal. O despudor com que o fez é comparável à mentira mais ignominiosa. Foi o mesmo senhor que há uns meses aconselhou os jovens a emigrar pois por cá era difícil encontrar solução para o desemprego. Contradição? Não; insulto a quem queria trabalhar no seu país e a quem foi apontada a porta de saída. Mentiroso. Mentirosos!

1 comentário:

500 disse...

Já disse e escrevi várias vezes que o Sócrates, tido por mentiroso por muitos, era um aprendiz. Este láparo tem licenciatura, mestrado, doutoramento e pós doutoramento com borla e capelo, sem bolas pretas.