terça-feira, 20 de março de 2012

Ao que chegamos!



Hoje de manhã, no programa informativo “Bom Dia Portugal” da RTP 1, vi uma notícia, com reportagem em directo à porta de um Centro de Saúde de Felgueiras, que me preocupou e preocupa muitíssimo. Àquela hora havia uma “fila” de pessoas à espera de se inscreverem para uma consulta “de recurso”. Eram utentes daquela unidade de saúde que não têm médico atribuído (médico de família) e que, necessitando de uma consulta, têm que se inscrever para serem atendidos por um outro qualquer médico do centro. Só que são tantos os utentes sem médico atribuído que as solicitações diárias àquele tipo de consultas são muito superiores ao número de consultas estipulado para se efectuarem. Então, quem quer mesmo ser atendido tem que procurar chegar primeiro para tomar vez. Só que, para as consultas de hoje o primeiro foi tomar vez às 11 da noite de ontem. E, claro está, como o Centro está fechado a sala de espera é a rua, ao frio e, se chover, à chuva. Na reportagem via-se uma senhora resguardada com um cobertor. Isto é uma vergonha! Se há falta de médicos no Centro de Saúde de Felgueiras é preciso arranjá-los. Portugueses, ou estrangeiros, cujo sucesso é visível em muitas terras do interior.
Que raio de país é este cujo Governo corta cegamente nas despesas no SNS, para poupar e diminuir o défice, e se dispõe a entregar dinheiro (milhares de milhões de euros) de “mão beijada” à Lusoponte de Ferreira do Amaral e à EDP de António Mexia? Estou preocupado. Estamos a andar para trás. Em termos de condições de vida afastamo-nos da Europa e aproximamo-nos de África. Agora entendo que Passos Coelho tenha dito que seria o primeiro-ministro mais africano de sempre!


1 comentário:

António Conceição disse...

Por isso é que eu estou hoje absolutamente convencido que isto vai acabar com sangue a jorrar no Terreiro do Paço.