sexta-feira, 9 de março de 2012

Um ajuste de contas cheio de ódio e rancor

Já não é a primeira vez que Cavaco Silva, em intervenções orais ou escritas, mostra todo o ódio e rancor que tem por aqueles que ele considera serem seus adversários políticos. E normalmente fá-lo à posteriori e quando se lembra de fazer um ajuste de contas nas costas de alguém que não enfrentou cara a cara e na altura própria, por falta de coragem ou por sua conveniência política. Foi isto mesmo que ele fez agora num qualquer prefácio de um livro que não é mais do que um conjunto de maus discursos que proferiu no primeiro ano do seu segundo mandato.

Resolveu Cavaco Silva prestar contas com José Sócrates numa altura em que o ex-primeiro ministro está fora do país e, portanto, com poucas possibilidades de lhe responder à letra. É quanto a mim um acto de grande cobardia política e só mostra no seu conteúdo que Cavaco nunca se preocupou com Portugal e com os portugueses mas, tão só, com a sua carreira política. Pergunto: Porquê, face ao que disse, não demitiu Cavaco o primeiro ministro em 2010? Porquê foi assinando os sucessivos PEC's sem grandes reparos, ou sem mostrar publicamente, através de mensagens ao parlamento, o quanto discordava deles e porque discordava? A resposta honesta, se a der, só poderá ser: Porque se tomasse qualquer posição daquelas poderiam surgir consequências prejudiciais à sua reeleição. Estamos entendidos!

São estes casos "rasteiros" (não me ocorre outro qualificativo) que me levam a dizer que, embora tenha o maior respeito pelo órgão Presidente da República, não tenho nenhum, mas mesmo nenhum respeito por Aníbal Cavaco Silva. Não tenho eu nem muitos outros portugueses. E, por isso, é que uns milhares deles pediram, até de forma institucional, que renuncie ao cargo.

Conclusão final: Já não temos um Presidente de todos os portugueses!

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