domingo, 9 de maio de 2010

O deputado e os gravadores

Toda a gente condena e bem a atitude do deputado do PS Ricardo Rodrigues pelo incidente que protagonizou na Assembleia da República. O que fez foi grave e inadmissível tratando-se de um deputado. Não concordo, no entanto, que se esteja a classificar tal atitude de: furto, roubo, acto de censura e violação dos princípios constitucionais da liberdade de expressão e informação e da liberdade de imprensa. Acredito que tenha sido um acto irreflectido, consequência da provocação dos jornalistas entrevistadores, sentida e classificada pelo deputado como uma "insuportável violência psicológica".
O Sindicato dos jornalistas anunciou que vai pedir à Comissão de Assuntos Constitucionais, Direitos , Liberdades e Garantias da Assembleia da República, através do seu conselho deontológico, que aprecie as infracções do deputado. Até aqui, nada a dizer. Mas o mesmo conselho deontológico devia analisar, e posteriormente pronunciar-se com isenção, sobre o comportamento dos jornalistas, que aos olhos de muitos cidadãos é eticamente e deontologicamente reprovável. Se não o fizer só vai contribuir para que cada vez mais haja a ideia generalizada de que aos jornalistas tudo é permitido, em nome de um direito de informar que atropela os direitos fundamentais dos cidadãos nas sociedades democráticas. Não pode ser!

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