Se dúvidas houvesse que a democracia em
Portugal está doente e, pior ainda, está a regredir aos tempos da “outra
senhora”, dois episódios muito recentes tiram-nos essas dúvidas, infelizmente.
Em Elvas, cidade onde decorreram as
comemorações do dia de Portugal, um cidadão, provavelmente no calor das várias
manifestações de contestação aos nossos governantes, proferiu um insulto (ao
que se soube não muito “pesado”) a Cavaco Silva. Foi quanto bastou para que os
polícias à paisana que faziam a segurança do Presidente se arvorassem em agentes
de uma polícia política (género PIDE, que também não actuava fardada), prendesse
o cidadão insultuoso e o levasse para a esquadra, mesmo à frente da mulher e
dos filhos, provavelmente para o humilhar. Depois, na esquadra, receberam ordens
da Presidência para que o cidadão fosse levado à justiça de modo a receber a
pena correctiva. Nunca nada de igual tinha sucedido na democracia.
Hoje, no Parlamento, Passos Coelho a
propósito da greve dos professores marcada para o primeiro dia dos exames
nacionais, comentando em tom zangado o facto de os tribunais o contrariarem
quanto à definição de serviços mínimos, ameaçou, em tom arrogante, que mudaria
a lei (tal como Salazar fazia), para nunca mais ser contrariado.
Há que fazer qualquer coisa para que não
voltemos ao triste passado. Acorda Povo!
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