sexta-feira, 16 de outubro de 2015

A propósito da carta aberta de Jorge Lacão a Francisco Assis

Ainda não li na íntegra a carta aberta a Francisco Assis que Jorge Lacão escreve hoje no Diário de Notícias. Li apenas no Diário Económico on-line algumas citações e excertos da mesma e, exceptuando algumas referências a divergências do passado, ocorridas há mais de quinze anos e relacionadas com a IV revisão Constitucional, subscrevo tudo o que é dito.
É costume dizer-se que o PS é um partido plural, onde todas as divergências são legítimas e onde todos os militantes têm direito a dar a sua opinião sobre as opções e o dia-a-dia do partido. Mas, há limites. Francisco Assis, como todos os outros socialistas tem direito a fazê-lo, mas deve ter em conta que não é um militante qualquer, e que, até por isso, foi alvo da cobiça da Comunicação Social ultra conservadora para manifestar a sua discórdia. Ouvi e vi a entrevista que Assis deu a um tal Victor Gonçalves da RTP 3. E fiquei estupefacto, ou talvez não, com o ar eufórico do jornalista perguntador, a quem só faltou dizer no fim: “Bravo, Francisco Assis; é de socialistas como você que nós gostamos!”

Confesso que não entendo que um homem inteligente como Francisco Assis queira ficar de fora do esforço que está a ser feito a nível global por gente da Esquerda Democrática para encetar diálogos e negociações com a esquerda dita mais radical. Será que Francisco Assis estará ao lado de Barack Obama no que respeita à abertura de relações dos Estados Unidos com Cuba e ao fim do bloqueio? Ou estará ao lado dos congressistas republicanos mais reacionários? Para que a minha decepção não seja maior, prefiro não saber.  

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