quarta-feira, 17 de julho de 2013

Os porquês dos maus resultados dos exames nacionais

Não conheço melhor opinião sobre os péssimos resultados nos exames nacionais deste ano lectivo que aquela que e li no Público on-line da autoria da Doutora Maria de Lurdes Rodrigues, ex-ministra da Educação e que obteve no seu consulado à frente do ministério um dos maiores crescimentos do nível da Educação do nosso país. Daí ser uma das vozes mais avalizadas para nos explicar alguns dos porquês de tanto retrocesso nestes dois anos de governação desta Direita que nos (des)governa.
Assim, com a devida vénia à autora, transcrevo o artigo, o qual subscrevo:
Perante os maus resultados nos exames nacionais, o ministro da Educação promete atuar.
No entanto, nos últimos dois anos o Ministério da Educação acabou com os programas que tinham como objetivo a melhoria dos resultados escolares e o sucesso dos alunos. Nomeadamente:

• acabou com o Plano de Ação para a Matemática;

• acabou com os apoios ao Plano Nacional de Leitura;

• acabou com a exigência de planos de recuperação para os alunos com notas negativas;

• acabou com a exigência de aulas de substituição;

• acabou com a obrigatoriedade do estudo acompanhado;

• acabou com a maioria dos cursos de educação e formação destinados aos jovens com mais de 15 anos e sem o 9.º ano;

• acabou com várias disciplinas, diminuindo o tempo de trabalho na escola para todos os alunos.

Pergunta: quais foram as medidas alternativas ou equivalentes entretanto lançadas? Resposta: nenhuma. Pelo contrário, os programas Mais Sucesso e as Bibliotecas Escolares vivem em permanente ameaça de redução de recursos e, já no próximo ano letivo, as crianças do primeiro ciclo, as tais que devem preparar-se para o exame da 4.ª classe, terão menos aulas, porque foi diminuída a componente letiva do horário dos seus professores.

Não há milagres. Os maus resultados nos exames surgem na sequência daquelas decisões. Quando se diminui o tempo de trabalho, o tempo de estudo e a exigência, os resultados dos exames só podem ser negativos.

Vejo os resultados dos exames nacionais com grande apreensão. São milhares de estudantes que estão a ser empurrados para fora da escola. O Ministério da Educação não só não tem uma estratégia política clara para fazer cumprir a escolaridade obrigatória, como, pelo contrário, no que faz promove, objetivamente, o insucesso e o abandono escolares.”

Maria de Lurdes Rodrigues é presidente da Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento e professora de Políticas Públicas no ISCTE-IUL. A autora escreve segundo o Acordo Ortográfico.





1 comentário:

Anónimo disse...

Zorramigo

Transcrição bué da fixe! Já somos dois - a concordar com a Maria de Lurdes Rodrigues. De quem sempre gostei muito e com quem tive a sorte, o prazer e a honra de conviver durante uns tempos. E mais não digo.

Abç

Henrique
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E a reverência, ops, com f, aos postalitos???