Ainda
há ecos da comunicação que Paulo Portas fez no Domingo à tarde. Muitos
comentadores disseram terem ficado surpreendidos, admirados e até estupefactos
com o conteúdo da mesma e quase todos consideraram que Portas desautorizou o
primeiro-ministro. Eu também considero que Paulo Portas desautorizou Pedro
Passos Coelho, mas de modo algum fiquei surpreendido. Quem não sabe que Coelho
e Portas são uma espécie de cão e gato do mesmo dono, que dão a ideia que
convivem bem, mas não perdem a oportunidade de se atirarem um ao outro?
Passos
Coelho tentou amarrar Portas e o CDS ao DEO. Realçou o contributo daquele partido
na elaboração das medidas e elogiou Paulo Portas chamando-lhe talentoso. Portas
não gostou, porque não quer ficar com qualquer ónus das consequências de mais
austeridade, e não só. Portas está farto de ouvir e ler na Comunicação Social
que está a trair muitos dos seus eleitores, já que o CDS vangloriava-se de ser
o partido dos contribuintes e dos reformados e pensionistas, sobretudo dos mais
idosos. E mais, ele sabe que brevemente há eleições autárquicas e que poderá
haver de um momento para o outro eleições legislativas. Como ia o Paulinho da
feiras visitá-las com o seu bonezinho de lavrador? E como ia, acompanhado do seu
ministro Pedro Mota Soares, visitar uns lares da terceira idade e dar uns
beijinhos às velhotas? Ainda se arriscava que uma delas, em vez de um beijinho
lhe desse uma ferradela.
Paulo
Portas - o político mais manhoso do nosso país - criou espectativas e veio dizer
aos portugueses que as medidas do DEO só não são piores, porque ele não deixou.
E fez um aviso a Passos Coelho: Os valores das pensões de reforma são sagrados.
Não podem sofrer reduções nem serem taxadas. Se não…(?)
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