sábado, 18 de maio de 2013

Greve aos exames? E o superior interesse dos alunos?


É verdade que este Governo, na sua senda neoliberal, tem atacado a Escola Pública, mais parecendo querer mesmo acabar com ela. É verdade que os professores da escola Pública têm as maiores razões de queixa da maneira como são tratados e das muitas faltas de respeito com que têm sido confrontados. Mas…, anunciar uma greve aos exames nacionais é fazer incidir nos alunos, que não têm culpa das atitudes do Governo, a raiva que se vai acumulando nos professores pelas maldades de que são vítimas. Eu digo mais, é não ter respeito pelo próprio trabalho desenvolvido ao longo do ano lectivo. Já ouvi algumas considerações sobre esta anunciada greve, nomeadamente de alguns alunos que poderão ser afectados por ela, do actual presidente da Confederação das Associações de Pais  e do presidente duma associação de Directores de Escola, todas elas  mostrando preocupação com o prejuízo que possa advir para os alunos e para o bom funcionamento dos exames.
Que os professores têm todo o direito a lutar contra este Governo que os está a tratar mal e a mandar muitos deles para o desemprego, não há dúvidas; que a greve é um direito constitucional que lhes assiste, também não há. Mas os alunos têm todo o direito a realizarem os seus exames nacionais com a tranquilidade necessária a um bom desempenho. Sendo terceiros no conflito professores-Governo, não podem ser prejudicados. E para muitos deles a nota dos exames é fundamental no acesso ao ensino superior.
Então, no superior interesse dos alunos, se a ideia anunciada pela Fenprof de Mário Nogueira for avante, o Governo terá de considerar os exames em causa como serviços mínimos, de acordo aliás com um despacho já existente, e creio que não revogado, desde o consulado de Maria de Lurdes Rodrigues.
Mas a minha convicção é que nesta altura a percentagem de professores que pensam aderir a esta greve é muito pequena. Oxalá esteja certo. Assim espero.

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