É
verdade que este Governo, na sua senda neoliberal, tem atacado a Escola
Pública, mais parecendo querer mesmo acabar com ela. É verdade que os
professores da escola Pública têm as maiores razões de queixa da maneira como
são tratados e das muitas faltas de respeito com que têm sido confrontados.
Mas…, anunciar uma greve aos exames nacionais é fazer incidir nos alunos, que
não têm culpa das atitudes do Governo, a raiva que se vai acumulando nos
professores pelas maldades de que são vítimas. Eu digo mais, é não ter respeito
pelo próprio trabalho desenvolvido ao longo do ano lectivo. Já ouvi algumas
considerações sobre esta anunciada greve, nomeadamente de alguns alunos que
poderão ser afectados por ela, do actual presidente da Confederação das
Associações de Pais e do presidente duma
associação de Directores de Escola, todas elas mostrando preocupação com o prejuízo que possa
advir para os alunos e para o bom funcionamento dos exames.
Que
os professores têm todo o direito a lutar contra este Governo que os está a
tratar mal e a mandar muitos deles para o desemprego, não há dúvidas; que a
greve é um direito constitucional que lhes assiste, também não há. Mas os
alunos têm todo o direito a realizarem os seus exames nacionais com a
tranquilidade necessária a um bom desempenho. Sendo terceiros no conflito
professores-Governo, não podem ser prejudicados. E para muitos deles a nota dos
exames é fundamental no acesso ao ensino superior.
Então,
no superior interesse dos alunos, se a ideia anunciada pela Fenprof de Mário
Nogueira for avante, o Governo terá de considerar os exames em causa como
serviços mínimos, de acordo aliás com um despacho já existente, e creio que não
revogado, desde o consulado de Maria de Lurdes Rodrigues.
Mas
a minha convicção é que nesta altura a percentagem de professores que pensam
aderir a esta greve é muito pequena. Oxalá esteja certo. Assim espero.
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