Mário Soares ainda é a voz mais autorizada do PS. Apesar de ter dado sempre o maior apoio a José Sócrates e ao seu governo, Mário Soares veio agora chamar a atenção para a vida interna do partido, dizendo que há falta de diálogo, de debate interno e externo, o que leva ao pouco entusiasmo dos seus militantes. Ora, parece-me, que até o pai fundador foi surpreendido com algumas das medidas do PEC. Ele sabe que este plano, atingindo sobretudo a classe média e, nesta, ainda mais as pessoas que trabalham por conta de outrem, atinge uma enorme percentagem de militantes e simpatizantes do partido. É preciso explicar às pessoas como se acabam com as deduções específicas, como se corta nas prestações sociais, como se diminuem os benefícios fiscais, etc, e não se tributam desde já e com taxas razoáveis as mais valias bolsistas, não se altera as leis das fugas ao Fisco e da evasão fical e se feche os olhos às infracções daqueles que para não pagarem impostos puseram muito dinheiro em offshores. Isto a troco do regresso de algum desse dinheiro a Portugal, após a aplicação de uma taxa irrisória.
Por outro lado o PS, tem que encarar a uma só voz o problema das eleições presidenciais. Estas não podem ser um passeio para Cavaco Silva.
Mário Soares e algumas pessoas notáveis do partido, têm toda a razão.
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