segunda-feira, 8 de março de 2010

Informar, ou aproveitar a situação?

Hoje, quase no fim do telejornal do canal 1 da RTP, vi uma peça jornalística apresentada por Judite de Sousa cujo assunto foi, novamente, a morte de um jovem de doze anos em Mirandela, que vítima de violência física e psicológica por parte de colegas da escola não resistiu à pressão interior e, em desespero, atirou-se às águas do rio Tua e desapareceu.

No meu ponto de vista, tal peça jornalística não informou nada que já não se soubesse: que o Leandro já tinha sofrido acções de violência em dias anteriores; que actos semelhantes também foram praticados a outros colegas; que um primo do jovem o tentou demover, etc, etc.

O que ainda não tinha visto explorar deste triste caso, era a debilidade sentimental dos seus familiares e amigos, da revolta deles e das outras pessoas próximas e do desejo de que se responsabilize objectivamente alguém, por exemplo o Director da escola. Foram feitas pequenas entrevistas à mãe e a familiares directos do Leandro de cujas perguntas era fácil advinhar as respostas. O próprio tom de voz da entrevistadora, era de "chamar ao sentimento de tristeza"!


O que se pretendeu com isto, informar ou aproveitar a situação?

2 comentários:

500 disse...

Depois das tragédias, lá vem a inevitável pergunta: "Como se sente?"
Que foi a Judite fazer a Mirandela? A RTP não tem gente no Norte? É preciso deslocar gente de Lisboa, para o trabalho? E mais perguntas faria e dúvidas deixaria. Por aqui me fico, para já.

Luís Miguel disse...

Uma coisa é pretender ajudar a familia, outra coisa é explorar sentimentos, e ultimamente, é este o tipo de jornalismo que se faz em Portugal.