quinta-feira, 18 de abril de 2013

Estamos entregues aos bichos!


Muitas expectativas se criaram sobre quais seriam as medidas aprovadas pelo Conselho de Ministros para compensarem, em termos orçamentais, o valor correspondente aos artigos anticonstitucionais que este triste Governo incluiu no Orçamento do Estado e que foram reprovados pelo Tribunal Constitucional. Chegou ao cúmulo de encenar, dizem que por ordem da Troika, que estava disposto a chegar a um consenso com o PS. Para isso o primeiro-ministro até escreveu uma carta a António José Seguro, convocando-o para uma reunião urgente – a poucas horas da realização do Conselho.
Pois bem, ao fim de onze horas e já madrugada dentro, o Governo fez saber que daria as conclusões das decisões tomadas às nove horas de hoje – dia seguinte à reunião. E deu. Realizou-se uma conferência de imprensa e ficámos a saber que: vai haver cortes nas despesas de todos os ministérios no valor de oitocentos milhões de euros, sem se saber concretamente aonde; as despesas com as parcerias público-privadas vão baixar em cinquenta milhões de euros, nem que para isso seja criada uma taxa sobre elas; vai ser feita uma “finta” para, ao arrepio da decisão do TC, taxarem os subsídios de doença e de desemprego, a partir de determinado montante; e, para lá de outras promessas menores, a grande medida é: onde agora se lê “subsídio de natal”(os famosos duodécimos) vai passar a ler-se “subsídio de férias e vice versa. O resto, fica para as calendas! Ah…, já não vai haver reprivatização dos estaleiros de Viana do Castelo!
E agora pergunta-se: onze horas para isto? Estiveram a “jogar à sueca” ou à “bisca lambida? Perante esta grandiosa encenação, o que fez o Chefe de Estado?... Nada, como sempre.
Estamos entregues aos bichos!

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