Estou
farto de ouvir e de ler notícias que dão a ideia de que estamos a ser
governados pelo FMI e não por um governo cuja legitimidade resultou de eleições
livres e democráticas, sobretudo a
partir do dia em que foi tornada pública aquela farsa da proposta para a
reforma do Estado, que não é mais do que uma proposta para destruição do Estado
Social. Até aqui dava a ideia que estávamos a ser governados pela Troika, mas
agora já nem da dita se fala, mas tão só de um dos seus três elementos - o FMI.
Ouvem-se e leem-se notícias como: “O Governo vai propor ao FMI que aceite que…,
ou FMI quer casais taxados em IRS de forma separada”, etc., etc. É verdade que
o FMI faz parte da Troika que nos está a dar ajuda financeira. Mas não nos dá
dinheiro. Empresta-nos dinheiro, e a um juro altíssimo, praticamente usurário.
Quer dizer, então, que o FMI não está a fazer-nos um favor, mas sim a fazer um
negócio. E altamente lucrativo. Portanto, pode admitir-se que proponha medidas,
mas não que as imponha. Até porque noutros países intervencionados, as
propostas do FMI, postas em prática, revelaram-se um desastre. Que o diga a
Argentina.
Mas,
infelizmente, o nosso Governo que é cego, surdo e mudo, sabe que a política do
FMI serve como uma luva para levar a cabo a senda da política neoliberal a que
tanto aspira. Se o país e os portugueses empobrecem, pouco importa. Que se
lixem os portugueses!
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