domingo, 14 de novembro de 2010

Uma nova forma de escravatura

O subsídio de desemprego é uma prestação social a que um cidadão tem direito quando perde o seu posto de trabalho por razões que não lhe são imputáveis, ou seja, quando cai involuntariamente na situação de desempregado. Esta prestação funciona como uma espécie de seguro para o qual o trabalhador vai pagando um prémio, através das suas contribuições para a Segurança Social que lhe são descontadas no seu salário. O objecto deste seguro é receber mensalmente (quase sempre ) ou de uma só vez (em casos pontuais) uma espécie de indemnização pelo "sinistro" (o despedimento) de que foi vítima. Quer isto dizer que o cidadão desempregado não recebe uma esmola nem uma qualquer contrapartida para estar disponível a efectuar qualquer trabalho a que a "sua seguradora" (o Estado através da Segurança Social) o obrigue a fazer, sobre pena de lhe cortar as prestações a que tem direito e que, queira ou não queira, possa ou não possa, tem que ir limpar as matas . O cidadão desempregado é, à partida, um cidadão digno, não é um escravo, sem direitos. Como português orgulho-me de Portugal ter sido pioneiro na abolição da escravatura; não me orgulho de Portugal ter políticos como Paulo Portas, Pedro Passos Coelho e agora Vasco Franco, que querem tratar os cidadãos desempregados como tal. Dos dois primeiros nada me espanta, pois servem-se da demagogia mais primária para poderem chegar ao poder. Já quanto a Vasco Franco, sabendo que chegou àquele tacho (secretário de Estado da Protecção Civil) porque ficou "desempregado" do tacho que teve durante anos na Câmara de Lisboa, só tenho pena que seja elemento, embora peça menor, de um Governo do Partido Socialista, fundado por Mário Soares e outros homens e mulheres, amantes da Liberdade de todos os outros homens, da solidariedade e do respeito pela pessoa humana.
Em jeito de rodapé pergunto: este Vasco Franco não é aquele cidadão que foi reformado por invalidez (?) aos cinquenta e poucos anos de idade? Só queria saber!

1 comentário:

500 disse...

Quando se pensa que "isto" bateu no fundo, ainda há muito buraco para baixo. E rapaziada a reformar-se por invalidez aos 50 e arranjar uns bons tachos ainda vai havendo. Um mundo absurdo, este onde vivemos.