sábado, 28 de novembro de 2015

CONTRIBUTOS EXTERNOS

Ameaça em vão

Por Antunes Ferreira


O discurso agressivo e ameaçador de C. Silva na posse do Governo chefiado por António Costa veio demonstrar o que já se sabia, mas que, alguns cidadãos pretendiam esconder , especialmente os de cor laranja.  É um mau PR, mas também é um PR mau. É vingativo, é arrogante, é empertigado, é inculto e é pesporrente; são estas as “qualidades” que tem entre várias outras. É o pior Presidente desde o 25 de Abril; considero que ao pé dele o almirante Tomás era um anjinho com asas nas costas


É bom recordar o escândalo do PBN em que C. Silva tinha acções bem como sua filha, em que a venda das mesmas antecedeu por horas a privatização do Banco. Alguém o informou. Terá sido Oliveira e Costa que entretanto se demitira de presidente da instituição bancária que ele próprio fundara. Oliveira e Costa, militante do PSD, fora Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais no X Governo  Constitucional chefiado por… C. Silva? Coincidência?

 

Foi nessa altura que proferiu a frase que foi motivo de galhofa por todo o País: “para ser mais honesto do que eu, um homem tem de nascer duas vezes!” Ginecologistas ficaram abismados – nascer duas vezes? Nem o próprio Cristo cometera tal pecado por impossibilidade. Mas C. Silva não se incomodou, pois sempre resistira a qualquer pressão, viesse ele donde viesse. Um homem tinha de nascer duas vezes, acentuara, sob o olhar ternurento da dona Maria, sua esposa. Só não disse “e o resto são tretas”.


Um sujeito destes é perigoso. É o principal culpado pelo país ter chegado ao lastimoso estado em que se encontra. Mas, como a memória dos homens é curta, relembro que foi ele que ordenou aos pescadores para afundarem os barcos e aos agricultores que arrancassem as videiras pois só assim a então Comissão Europeia poderia abrir as portas para subsidiar tal disparate. Foi a altura em que se dizia que os felizardos que tinham cumprido a imposição andavam nos jipes da CEE…Mas sua excelência não se ficaria por aqui. A ordem ocorrera enquanto era chefe do Gorno; depois logo se veria.
Como Presidente da República (???)  considerou que a economia portuguesa devia passar  pela pesca e pela agricultura. O homem esquecera-se do que tinha afirmado, mas se lho lembrassem tinha sempre à mão de semear a dicotomia “primeiro-ministro” / “chefe do Estado”. De tantas vezes repetida uma mentira (em linguagem politicamente correcta inverdade) torna-se verdade. Mas ninguém era tão honesto…
O anedotário nacional em que nós os Portugueses somos especialistas, registou algumas expressos do mandatário (só para lembrar o “façarei”, “nunca fiz, não faço nem façarei”. Ou a afirmação de que as vacas nos Açores sorriam da felicidade. E muitas outras mais). Por isso disse-se que C. Silva estava com  Alzheimer; não estava, estava sim, como sempre esteve, mau como as cobras. Para quê doença? Não era necessário que fosse a desgraçada Alzheimer, se já tinha a da maldade.
Foi este sujeito que no seu discurso no palácio da Ajuda ameaçou dissolver o Governo de António Costa, mas a que este respondeu com luva branca, ao contrário de C. Silva. Para esclarecer o imbróglio o antigo Presidente da República Jorge Sampaio defendeu na passada quinta-feira ,  que o novo executivo fosse para uma legislatura, e considerou "muito difícil utilizar com razoabilidade" o poder presidencial de demissão do Governo porque a responsabilidade política deste é perante o Parlamento, não sendo por acaso que nunca tivesse sido. Utilizado.
Mas disse ainda que "demitir o Governo não faz parte dos poderes normais do Presidente da República a partir da revisão constitucional de 1982" e que "é muito difícil de utilizar com razoabilidade", "O poder de responsabilidade política do Governo é perante a Assembleia da República, isso para mim hoje é indiscutível", sublinhou ainda, porém escusou-se a comentar em concreto o discurso de quinta-feira de Cavaco Silva, que deixou esse aviso ao Governo de António Costa.
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Porém acentuou que "já vai sendo tempo, tantos anos depois, das pessoas perceberem" que só em condições especiais para "salvaguarda do funcionamento das instituições democráticas é que se pode demitir o Governo", sendo preciso reunir condições como ter "a certeza que a crise é gravíssima e quando houver solução para que essa crise seja resolvida". Costa dever ter aplaudido estas afirmações. Pelo contrário, C. Silva de ter ficado embatucado.
Na verdade, já é tempo de nos vermos livres esta aberrante criatura. Em Janeiro logo se verá quem virá a seguir; mas quem quer que seja será sempre melhor do que esta avantajem; pior é impossível.



MARIA JOÃO GALA/GLOBAL IMAGENS

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