sexta-feira, 31 de outubro de 2014

CONTRIBUTOS EXTERNOS

A IDADE DE AVÔ

                                                                                    *Gil Monteiro 

Ter a idade de poder ser avô, de netos mesmo perfilhados, devia ser obrigatório do ciclo da vida humana. Com o exponencial aumento da longevidade, agora temos muitos avós e alguns bisavôs. Longe vão os tempos em que se ouvia o desabafo:
 – Esta vida (de miséria) não chega a netos, nem a filhos com barba!
Ser o menino do “mimo”, entre quatro irmãos, não teve a sorte de conhecer o avô Correia, guarda-fiscal na Raia de Chaves, nem o avô Monteiro, solicitador em Vila Real e agricultor de quinta em Provesende. Talvez por isso, tenho tantos dados adquiridos, desses familiares, que podia ser um seu cronista! A visão da figura do velho Monteiro, passeando entre os bardos das videiras, com uma manta pelas costas, e dizendo para o feitor:
– Vamos ter um bom ano de azeite, Manel, e abundante colheita de figos para secar! Repara na azeitona limpa e na rama das figueiras do alto da vinha?! (Gostava de um dia poder fazer o mesmo, conforme sempre imaginei...).
Entre as muitas e variadas árvores de fruta, desde as ameixas rainha- cláudia aos pêssegos de S. João, passando por macieiras da África do Sul, às uvas sem grainha, as mais produtivas eram as dos pêssegos de abrir, e secar em tabuleiros, dando as famosas orelhas de pêssego. (Neste momento, expresso as letras e salivo!)
Só tenho dois netos. Levam uma vida tão ativa, depois das aulas, e mesmo nas férias, que os contactos são poucos. Antes de irem frequentar o Colégio, passavam horas lá por casa, e o tempo dava para aprender a ser avô. Como o meu inglês falado é pior que o da pré-primária, comecei por brincadeiras em francês. Conclusão: fartotes de rizos do filho, pela pronúncia tentada de palavras de uma língua “morta” e encenadas como nas escolas de antigamente! 
São tantas as atividades escolares e circum-escolares, de crianças de pais remediados, que já foram crianças e poderam brincar; música, desporto, religião, festas... Mais os encontros e os namoricos não deixam espaços, nem permitem umas deixas para os mais velhos. Como resolver? Planear visitas comunitárias, turísticas e familiares de aprendizagem, nas férias dos progenitores. Assim tem acontecido. A queda do avô no banho congregou a Família, e deu saída extra de bónus para jantar!
              Jamais podendo esquecer a falta de leituras, na pequena aldeia transmontana, durante as férias escolares, onde só podia ler o Diário de Notícias, emprestado pelo correspondente, após quatro ou cinco dias de sair em Lisboa! Lido e dobrado tinha que regressar ao dono, pois o papel era “ouro”; sem o qual nem o Brás podia fazer mechas de enxofre para impedir o avinagrar do vinho da pipa, ou forrar os armários dos louceiros ou, ainda, fazerem recortes e rendilhados as futuras costureiras?! Portanto, as publicações e livros recolhidos têm a intenção de poderem ser para os netos.
No sábado passado, a ida ao centro comercial, que só tem significado a livraria e o lanche, encontrei uma edição nova e cartonada de O Amor de Perdição. Claro, o Pedro vai gostar e guardar o precioso romance, como aluno já do secundário; e para o Luís, a frequentar o quinto ano, só uma edição ilustrada de Sophia de Mello Breyner seria o melhor. Assim foi e assim seja...

        
Porto, 28 de outubro de 2014
                                                                                           *José Gil Correia Monteiro
                                                                                         jose.gcmonteiro@gmail.com                           

CONTRIBUTOS EXTERNOS

O ovo ou a galinha?

Por Antunes Ferreira

E, de repente, os noticiários laçaram uma bomba: o substituto de Steve Jobs saíra do armário. O CEO da Apple, desde que o “patrão” Jobs decidira abandonar o cargo, foi e é Tim Cook. Com êxitos na condução do gigante da informática ele, que já fizera um percurso profissionalmente impecável e rápido na empresa, assumira normalmente o posto mais importante dela. Muito se falava dele face aos resultados da Apple que indiciavam que Jobs fora bem sucedido quando o indicara para seu sucessor. Mas também se insinuava que a sua opção sexual tinha a ver com homens.

Finalmente num artigo que publicou nesta semana, Tim Cook assumiu a sua homossexualidade, garantindo que sê-lo foi uma das maiores dádivas que Deus lhe deu. Pertencer a uma minoria deu-lhe "a pele de um rinoceronte" contra o preconceito e a adversidade. Isto quer dizer que embora muito se fale de igualdade sexual entre os parceiros de um relação, mesmo nos Estados Unidos o preconceito sobre a matéria ainda tem muita força.

Cook ainda disse mais: "Embora eu nunca tenha negado a minha sexualidade, eu também nunca a reconheci publicamente, até agora. Deixem-me ser claro: orgulho-me de ser gay, e considero ser gay uma dos maiores dádivas que Deus me deu". O texto dado à estampa correu o Mundo, nomeadamente através da via informática. Pelos vistos a globalização também está na liberdade sexual… Com os meios informatizados as notícias estão na casa de cada um que utiliza o computador.

Mas, os restantes meios da informação social não quiseram deixar de difundir a notícia explosiva. Nunca me esqueço daquilo que na minha primeira experiência jornalística como profissional, mais precisamente no “Diário Ilustrado” (que hoje pouca gente  sabe o que foi) no primeiro dia na Redacção, o falecido Victor da Cunha Rêgo veio ter comigo. “Ouve lá, ó semiputo, nunca te esqueças do que te vou dizer.

Era o tempo em que os subordinados se dirigiam aos superiores tratando-os por Senhor. E que a condição  sine qua non do Sindicato dos Jornalistas para se entrar na profissão era saber ler e escrever. Sem saudosismos piegas, tenho a certeza que a conditio devia continuar. Cunha Rêgo disse-me – o que nunca mais esqueci – “a notícia não é quando um cão morde num homem, mas sim quando um homem morde num cão…”

Tudo isto me entrou pela massa cinzenta quando li o escrito por Tim Cook; Em Portugal, por mais que se diga o contrário, ainda somos puritanos, as mais das vezes falsos, mas somos. E perante as afirmações do actual CEO da Apple, nos EUA, as coisas também subsistem. A chegada dos Peregrinos, que depois passaram a ser chamados Founding Fathers, os Pais da Pátria, trouxe embrulhado na Bíblia o puritanismo.

Daí que no nosso país as reacções foram a demonstração da frase que se tornou calina entre os heterodoxos: “não tenha nada contra os homens que se deitam com outros homens… desde que não seja comigo…” Os órgãos da comunicação social descobriram a mina que Cook havia colocado, e praticamente nenhum aplaudiu o texto assinado pelo autor. Mas inda há alguns que não se limitaram a embarcar no barco geral e do texto que se tornou viral.

Entre eles o “Expresso” foi ouvir Isabel Fiadeiro Adveirta,  a vice-presidente da ILGA, a Intervenção Lésbica, Gay. Bissexual e Transgénero) que afirmou que “ao contrário do que acontece em países como Espanha, Itália ou França, Portugal nunca teve um ministro ou um destacado responsável político a assumir publicamente a sua homossexualidade” e que “mesmo a nível de deputados, houve apenas um caso, o do antropólogo Miguel Vale Almeida, cuja eleição pelo PS esteve associada à defesa da legalização do casamento gay”. E quanto a políticos e grandes empresários? A  dirigente da ILGA não se coibiu: ” a este nível, o receio não estará relacionado com despedimento mas com o medo de que o facto de revelar publicamente a sua orientação sexual os impeça de virem a aceder a determinados cargos.”

Não sou defensor do homossexualismo, ninguém me mandatou para o ser, mas não gosto do exibicionismo. As manifestações homossexuais têm todo o direito de serem organizadas e de desfilarem ostentando dísticos a favor dessa orientação sexual. A Liberdade também é isto e a Democracia igualmente. Mas, pergunto-me se é necessário fazer tais exibições. Já se imaginou uma manifestação de heterossexuais para defenderem a sua prática? Já aonteceu.


E ainda se pode pôr a eterna questão: quem veio primeiro, o ovo ou a galinha?

CONTRIBUTOS EXTERNOS

SIM


Digo sim, digo não
Espero a calcular
Apenas um senão
 – Onde iremos parar?!
Fim ou passagem?
Subida ao Cosmos
Foguetão longa viagem
Saber o que somos!
Na convivência fraterna
Levar a Cruz ao Calvário
Honrando a fé paterna
Em qualquer cenário.
Nossa Senhora da Veiga viu
Regar o milho dos lameiros.
O destino se cumpriu
As castanhas em braseiros.
À Terra devolver a vida
Missão cumprida?! ...

Porto, 16/10/14                                                                     José Gil

                                     jose.gcmonteiro@gmail.com

MEMÓRIAS


Neste dia, em 1993, morre Federico Fellini, realizador italiano

quarta-feira, 29 de outubro de 2014

FUGAS



Recebido por email

ASSALTOS


Recebida por email

COMENDAS

Parece que há quem estranhe (e nesse sentido se tenha manifestado) que o senhor Presidente da República, contrariando uma qualquer tradição, ainda não tenha botado na lapela da casaca, ou um colar à volta do pescoço, de Sócrates.  Eu, se fosse Sócrates, pedia a todos os santos que o homem, digo, Sua Excelência, continuasse esquecido de tal gesto.

INSÓLITOS

Cadáveres já não vão à Urgência do Hospital de Aveiro


Dos jornais

Haja Deus! 

O SENHOR PASSOS, O ARTISTA

ACTUALIDADE

Passos Coelho desafia agentes políticos e sociais para "clareza" nas propostas

29 | 10 | 2014   18.24H
O primeiro-ministro desafiou hoje os "agentes políticos e sociais" a debater "com exigência de clareza" as diferentes propostas para o futuro do país, e condenou o "debate infantil" sobre "crescimento e austeridade".
"Temos de pôs as nossas diferentes estratégias em cima da mesa, os nossos diferentes diagnósticos e os nossos diferentes caminhos para o futuro. Com clareza e afirmação de escolhas. Debate não é a crítica pela crítica", afirmou, acrescentando que esse "é um dever de todos os agentes políticos e sociais".
O primeiro-ministro intervinha na sessão de encerramento do seminário "Diálogo Social pela Educação e Formação - estratégias de intervenção e concertação para o desenvolvimento e o emprego", por ocasião do 36.º aniversário da UGT, em Lisboa.
Destak/Lusa | destak@destak.pt


Onde já vai a auto-suficiência do artista! Só agora, que se vê apertado e não sabe bem o que fazer, é que "desafia" "os agentes políticos" (seja o que isso significa) à clareza, ele que tudo sabia e, como o Outro, sabia bem o que queria e por onde ia?  A toalha está mesmo a chegar ao chão.

GRAFFITIS E CENSURA




ICS suspende revista por causa de artigo com graffitide “gosto duvidoso”


Imagens reproduzidas no ensaio são de graffiti ainda existentes em ruas de Lisboa contra o Governo e empresários. Director do ICS diz que eram "imagens e mensagens" que podiam pôr em causa o bom nome e imagem da instituição. E nega que tenha havido censura.

In Público online

No tempo da outra senhora era proibida a prostituição, mas eram autorizadas as casas das "meninas"

O FISCO VERGONHOSO

Ana Dias (nome fictício) viu hoje a sua casa ser colocada em leilão por uma dívida de 1.900 euros às Finanças. O imóvel não recebeu qualquer licitação e volta à praça na próxima segunda-feira.
Tem 52 anos, é viúva e tem seis filhos. Trabalha na seca do bacalhau e recebe o salário mínimo. Anda Dias esteve hoje prestes a perder a sua única habitação, onde reside com mais três filhos e duas netas. O imóvel não recebeu para já qualquer licitação e o serviço de Finanças de Ílhavo deu-lhe agora até segunda-feira para pagar os 1.900 euros que deve de imposto único de circulação.
A notícia avançada hoje pelo Diário Económico está a provocar uma onda de solidariedade. O Diário Económico já recebeu esta manhã vários contactos de leitores dispostos a pagar a dívida de Ana Dias.
Este caso está no entanto longe de ser uma excepção em Portugal. Desde o início do ano, a Autoridade Tributária já marcou quase 60.000 vendas de imóveis, tantas quanto nos dois anos anteriores.
Segundo a Autoridade Tributária "a marcação de vendas é o mais eficaz instrumento de coerção do ponto de vista da cobrança das dívidas em execução fiscal". Confrontados com a venda dos imóveis, 95% dos contribuintes arranja forma de pagar a dívida. Acabam por chegar à fase de venda os imóveis das famílias mais carenciadas.

in Diário Económico



Como qualificar esta atitude do Fisco? Tira-se a morada a uma modesta família de seis pessoas por uma dívida inferior a 2000 euros? Só se for para, posteriormente, fazer brilhar a senhora Jonet ou ministro da mota.
Enquanto há recatados perdões fiscais de milhões para os milionários, tiram na praça pública a pele aos mais necessitados! 
Vergonhoso e inqualificável! 
Não podemos calar. Esta gente que nos (des)governa tem que ir rapidamente para a rua, antes que destrua completamente a sociedade.

segunda-feira, 27 de outubro de 2014

LIVRO DE HENRIQUE ANTUNES FERREIRA



Vem aí, não tarda nada, um livro de crónicas do estimado contribuinte deste blogue Henrique Antunes Ferreira ( o do blogue A Minha Travessa do Ferreira), que é (será) de leitura obrigatória.
Notícias serão dadas oportunamente.


O próprio diz:

Aos 73 anos Antunes Ferreira decidiu avançar com o seu terceiro livro cuja capa aqui publico.
​Para o que lhe havia de dar... ​
Já tinha idade para ter juízo, comprar umas pantufas e sentar-se à lareira. Mas preferiu continuar a escrever, a escrever crónicas de viagens que fez pelo Mundo fora deste a Austrália à Finlândia, desde a Grécia ao Iraque
​,​
​desde a Tailândia ao paralelo 38 na Coreia do sul ​
e outras
​ e ainda episódios todos reais por ele vividos.
, Parece-me ser de ler... O lançamento deverá acontecer até 14 de Novembro e a seu tempo informarei do local, dia e hora.

MEMÓRIAS



Neste dia, em 2013, morre Lou Reed, músico norte-americano

sábado, 25 de outubro de 2014

CONTRIBUTOS EXTERNOS

Preguiçosos, orgulhosos e mentirosos

Por Antunes Ferreira


Coelho perdeu a cabeça (se é que não a tinha já perdido) quando no encerramento das jornadas parlamentares da maioria PSD/CDS cavou mais uns bons decímetros para a própria sepultura. Desvairou completamente quando se abordava o famigerado Orçamento do Estado, OE, para o próximo ano. O tema, espinhoso, pelos vistos apoquenta-o, pois para dizer o que disse é absolutamente necessário que esteja doente psiquiátrico.
Transcrevo o “Público”: “(…) o momento mais inflamado do discurso – que encerrou as jornadas parlamentares da maioria PSD/CDS – aconteceu quando o primeiro-ministro atacou comentadores, depois de se ter referido a jornalistas também. “Todos os comentadores e jornalistas podem olhar para os números e saber o que eles dizem”, afirmou, para logo lamentar: “Pena que para neste exercício de coerência muitos sejam preguiçosos e às vezes orgulhosos. Têm-se dito no debate público inverdades como punhos”.
Sempre quero ver como reagirão os visados que são “muitos”. Pelo que me toca não me considero orgulhoso ou preguiçoso e muito menos mentiroso. E se é certo que o tenha comentado em termos críticos e, por vezes, mesmo acintosamente críticos, eles não têm a difusão que teriam se fossem feitos num qual órgão da comunicação social. Assim sendo e neste espaço repito que para o nosso primeiro está na hora de consultar um psiquiatra.
Comentadores e jornalistas ou jornalistas e comentadores coloca-os Coelho no mesmo ninho o que me parece no mínimo desaconselhável, pois um dia destes vai descobrir que se tratava de um ninho de víboras às quais não convidara para a mesa do Orçamento – neste caso o de 2015. E seguindo uma linha lógica, as víboras mordem, injectam os seus venenos  e muitos até são mortais. Por isso creio que o (ainda) chefe do (des)Governo não cuidou do que as suas afirmações puderam e poderão causar.
É triste ver um homem desvairado. O meu avô materno dizia que um homem desvairado é muito pior do que uma mulher bêbada; salvaguardando o tempo, os hábitos e a cultura geral, o dito não era contra as mulheres, ainda que embriagadas, mas sim contra os homens que numa qualquer altura perdessem as estribeiras, ou seja desvairassem.
Por tudo isto fico à espera das cenas dos próximos dias. O silêncio dos cemitérios é o que assusta mais. Espero com convicção que neste caso o silêncio sejam completamente esfrangalhado. Quem não deve – não teme. Ou será que os poderes, sejam eles políticos, económicos e financeiros, uma vez mais se esforçarão para que as possíveis (e devidas) respostas sejam comedidas. Coelho não foi.




MEMÓRIAS



Neste dia, em 1838, nasce Georges Bizet, compositor francês

sexta-feira, 24 de outubro de 2014

O desassossego do PC e de Jerónimo

É evidente que a eleição de António Costa nas primárias do PS e, sobretudo, a forma entusiástica como foi eleito, causam na opinião pública a ideia que ele pode captar eleitores à direita e à esquerda. Daí que estejamos a assistir nestes dias mais próximos a mais nervosismo nos partidos à esquerda do PS, do que nos partidos à direita – PSD e CDS/PP – que apoiam o Governo. Ah, e também em Marinho e Pinto, cujo putativo partido não sei dizer se é de esquerda, de direita, ou de outra coisa qualquer.
Então o líder do PCP, Jerónimo de Sousa, anda num total desassossego. O homem não pára. Faz críticas ao PS e a António Costa todos os dias a propósito de tudo e de nada. Ele sabe que um PS forte e determinado em aliviar a maldita austeridade que nos tem conduzido ao empobrecimento, tirar-lhe-á eleitores. Mas o desassossego de Jerónimo e a fúria com que ataca Costa e o PS é coerente. Desde sempre, o Partido Comunista tem atacado mais o PS do que a Direita, quando o PS está no poder ou perto dele. Será esta a tal política patriótica de esquerda? Se calhar!   


                        

AVISO

Diz que o euromilhões de hoje, no valor de 190 milhões de euros, saiu em Portugal. Aviso: não fui, infelizmente, o contemplado.

O BASÓFIAS DO HÍFEN

"Vamos ganhar as eleições porque somos melhores que António Costa", diz Aguiar-Branco



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Este hífen é um basófias! E estes "vamos" e "somos", em contraponto com "António Costa" é um "eu" majestático, como "lhe" convém e fica a matar?
Balha-me deus.

É por estas omissões, e por outras, que a justiça portuguesa está num mau estado.

Já muito se falou, muito se comentou e até muito se parodiou aquele absurdo acórdão do Supremo Tribunal Administrativo que baixou substancialmente o valor da indemnização que um tribunal de primeira instância tinha concedido a uma senhora de cinquenta anos a quem um erro médico, numa cirurgia, provocou graves lesões que a impossibilitaram, a partir de então, de ter relações sexuais. E se a decisão, só por si, já é estranha, muito mais estranha é se atendermos à justificação dada pelos meritíssimos conselheiros no acórdão emitido. Dizem os doutos juízes que a actividade sexual de uma senhora de cinquenta ou mais anos não tem a mesma importância que assume em idades mais jovens!
Não quero agora comentar esta decisão que acima já qualifiquei de absurda (para não ser insultuoso), mas quero dizer que acho muito estranho que nenhum dos vários deputados da Assembleia da República tenha proferido uma declaração política no plenário, chamando a atenção o ridículo de tal decisão. Já sei. Lá vêm os velhos jargões de que: “à Justiça o que é da Justiça”; “Os juízes são independentes”; “não se devem criticar as decisões dos tribunais”, etc; etc. Nas suas intervenções no plenário os deputados podem criticar as decisões do Presidente da República, da Presidente da Assembleia da República, do Primeiro-ministro ou de qualquer ministro, e não podem criticar as decisões dos Juízes; porquê? Por acaso são super-homens ou, até, deuses infalíveis? Não são, apesar de, alguns, se julgarem superiores. Basta ver a maneira como muitos deles se dirigem às pessoas nas salas de audiências dos tribunais. Movem-se em círculo fechado. Não são eleitos nem prestam contas fora do sistema.
É por estas omissões, e por outras, que a justiça portuguesa está num mau estado.


CONTIBUTOS EXTERNOS


O menu dos disparates

Por Antunes Ferreira
Para não fugir à normalidade, esta semana política foi recheada de confusões feitas pelos diversos membros do (des)Governo & arredores. Nos campos da Educação, da Justiça, da Fiscalidade e dos Estrangeiros continuou o regabofe do na manhã de hoje dizes sim, ao meio-dia, talvez e ao jantar, não. Lembro aqui um anúncio radiofónico da minha infância. “De manhã, à tarde e à ceia coma carne de baleia”. Pelo menos tinha uma constante: comer carne de baleia; porém, hoje, à ceia pode ser que sim, pode ser que não e talvez corresponda ao quem sabe levante o braço?

Com o expresso apoio de Coelho, o ministro Crato fez um excelente trabalho na abertura do ano lectivo e na colocação dos professores. Não pode haver dúvidas de que assim foi, tal a convicção posta pelo nosso primeiro na sua afirmação. Curiosamente, dias depois, o ministro da (des)Educação veio prometer que até ao fim deste mês de Outubro algumas falhas iam ser remendadas, quer-se dizer, resolvidas. Tome-se o caso dum professor cujo nome é Rui Pinto Monteiro, tem 36 anos de idade, está a dar aulas em Biscoitos, na Ilha Terceira, nos Açores, e pede ao Ministério da Educação e Ciência (MEC) que faça o favor de o retirar das listas de colocação de professores. 

Segundo o Público, que tem acompanhado o caso, o docente já tinha sido colocado em 75 escolas (obviamente diferentes) mas, ao fim da última quinta-feira os avisos por mail oriundos da DGAE, a Direcção Geral da Administração Escolar,  já tinham chegado às 97 colocações. “Bati o recorde” foi o comentário que fez ao quotidiano. E que seria se a abertura do ano escolar não tivesse corrido tão bem?

Na (in)Justiça continua a saga da plataforma CITIUS.  Seis dias depois de a ministra da Justiça, Paula Teixeira da Cruz, ter assegurado que o sistema informático dos tribunais de primeira instância voltara ao “pleno funcionamento”, vários presidentes de comarcas desmentem o regresso à normalidade. E ontem o Sindicato dos Funcionários Judiciais calcula que existam 500 mil processos fora do famigerado CITIUS, segundo um inquérito realizado,na segunda-feira, a mais de 130 oficiais de justiça.

Nos Negócios Estrangeiros surgiu mais uma trapalhada do ministro sénior Rui Machete. Desta feita em declarações à Rádio Renascença, disse que havia algumas portuguesas que tinham embarcado na tragédia do “Estado Islâmico” queriam voltar a Portugal por estarem desiludidas com os jihadismo. Aqui d’el rei bradou a oposição, a segurança do país pode ter sigo perigosamente afectada. Machete, depois de um Conselho de Ministros onde se terão passado cenas para adultos, veio olimpicamente dizer que não via o motivo para tanta agitação: ele não mencionara nomes e por isso não incorrera em qualquer falta que pudesse pôr em perigo a segurança do país.

Houve logo que recordasse o caso das declarações do mais velho ministro do ainda (des)Governo em relação a Angola, pedindo desculpa dos casos de justiça que decorriam em Portugal contra cidadãos angolanos. Resultado, o presidente José Eduardo dos Santos (que não é flor que se cheire e está no topo da lista dos chefes de Estado africanos mais ricos) suspendeu sine dia uma cimeira que estava combinada ao nível de presidentes,

Finalmente o maior embrulho do (des)Governo nesta semana foi resultante das afirmações de Coelho sobre a tal “cláusula de salvaguarda” para determinados contribuintes que São Bento vai colocar na Reforma do IRS. Face a isso, e apesar de declarações de toda a gente do Ministério das Finanças (entenda-se todos os responsáveis, incluindo naturalmente o Sr. Núncio e a Dr.ª Maria Luís), a guerra continua acesa com uma simples interrogação à cabeça: afinal, pago ou não pago?
Mas o que foi mais estranho foram os comentários do fiscalista Rui Duarte Morais, (que liderou a comissão para a reforma do IRS), ter vindo lamentar que a discussão em torno das propostas de alteração no IRS esteja centrada em saber se um contribuinte vai pagar mais ou menos no próximo ano. Quando se propõem medidas fiscais para beneficiar as famílias com filhos, disse, é claro que haverá um agravamento para quem não os tem. Para ele, não ver isso é “mascarar” o óbvio. E a solução prometida pelo Governo para – através de uma cláusula de salvaguarda – não prejudicar os contribuintes sem filhos poderá pôr em causa a simplificação do imposto, um dos objectivos da própria reforma.

O menu dos disparates (des)governamentais está na mesa. Bom proveito, depois de consumado e consumido, obviamente.



quinta-feira, 23 de outubro de 2014

MEMÓRIAS



Neste dia, em 1952, estreia nos EUA o filme de Charles Chaplin "Limelight" ("Luzes da Ribalta")

quarta-feira, 22 de outubro de 2014

terça-feira, 21 de outubro de 2014

MEMÓRIAS



Neste dia, em 1917, nasce Dizzy Gillespie músico norte-americano e




em 1984, morre François Truffaut, realizador francês

segunda-feira, 20 de outubro de 2014

AMIGOS DA PT

PT: com amigos como a Morgan Stanley...




A Morgan Stanley é acionista da PT. É assessora da Altice, que a quer comprar. E publicou um relatório que arrastou as ações para a sua maior queda de sempre. Pode piorar? Pode: até aos 36 cêntimos, diz... a Morgan Stanley.

Expresso online


E, entretanto, quanto é que MS meteu no bolso dos seus accionistas?