sábado, 30 de maio de 2015

PEDITÓRIOS

Fui, durante anos, um fiel contribuinte na recolha de bens alimentares para o Banco Alimentar.
Hoje, tenho mais dúvidas do que certezas. Se há, e há, muitos milhares de pessoas que colaboram abnegadamente na iniciativa, receio haver muito aproveitamento por parte de umas quantas dezenas, que assim mostram a sua caridadezinha e disso tiram proveito de imediato ou em diferido e não necessariamente monetário. 
Em tempos, até havia os pobres privativos das famílias bem, para que a sociedade e o "poder" disso tivesse conhecimento e por isso eram compensados com uma comenda ou coisa parecida.
Isto acaba por ser também um bom negócio para as grandes superfícies, que facturam o que muito iria ser distribuído graciosamente por se encontrar perto do prazo de validade.
Por outro lado, por que não abdica o Estado do IVA dos bens doados? Não seria difícil montar um esquema que permitisse, na origem ou a posteriori, a isenção ou a devolução na íntegra do IVA. Mas não, o Estado também aqui esmifra os contribuintes bem intencionados e sente-se confortável.

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