sexta-feira, 8 de maio de 2015

A PACC, será uma prova de avaliação credível?

Os professores com menos de cinco anos de serviço que queiram candidatar-se a dar aulas têm obrigatoriamente que fazer a chamada PACC – Prova de Avaliação de Conhecimentos e Capacidades que é composta por uma componente geral e por provas específicas das disciplinas a que os candidatos se propõem.
Foram ontem divulgados os resultados de tais provas: Uma desgraça! Quando ouvi a notícia, nem queria acreditar. Há disciplinas em que a percentagem de notas negativas e, consequentemente, de reprovações, atinge mais de 60%, e são poucas, mesmo muito poucas, aquelas disciplinas com percentagem de reprovações inferior a 30%. A prova específica com média mais alta foi alcançada na disciplina de Educação Especial – 88,2%, feita por três candidatos.
Ora, pensava eu, que a média de reprovações seria residual – entre dez a quinze por cento – já que os candidatos são obrigatoriamente portadores de um curso superior – licenciatura ministrada por uma Universidade ou Instituto Superior – o que à partida devia garantir bons conhecimentos científicos.
Perante este quadro, não podem as instituições ligadas ao ensino cruzar os braços a começar pelo Ministério da Educação que, lavando as mãos como Pilatos, fica-se por um comunicado que refere: “a PACC insere-se num conjunto de medidas destinadas a garantir que sejam os candidatos mais bem preparados a ensinar os nossos alunos”; e…, “manda para canto”!
E as universidades, não fazem nada? Não querem analisar todo o processo das PACC’s, desde a elaboração, conteúdos (adequados ou não), critérios de correcção, etc? Esta razia, não põe também em causa o ensino que ministram?
Não esqueçamos, também, os muitos percalços que aconteceram na altura da realização destas provas.

Uma coisa é certa: Saem das nossas universidades excelentes cientistas/investigadores, reconhecidos em todo o mundo, que estudaram nos ensinos básico e secundário nas nossas escolas e foram ensinados por professores portugueses que não fizeram PACC. Por isso os cidadãos  exigem cabal explicação do sucedido.

1 comentário:

500 disse...

A verdade é que há aqui algo que não bate certo e tem que ser bem explicado. São os testes elaborados de tal modo que querem excluir o maior número de candidatos possível? São as regras de avaliação mal explicadas? Não me parece que sejam as escolas superiores as culpadas, mas então que peçam explicações. Se forem, o ministério é o culpado e deve encerrar as que têm piores resultados. Isto não me cheira bem.