sábado, 23 de junho de 2012

Relvas: há muito para lá das pressões


Helena Roseta contou ontem na SIC Notícias que há dez anos, era Miguel Relvas Secretário de Estado de um Governo de Durão Barroso e ela presidente da Ordem dos Arquitetos, aquele lhe propôs uma parceria para formação de arquitetos municipais, no âmbito dum programa com fundos comunitários denominado FORAL, mas tal parceria para ir avante teria uma condição: que fosse uma empresa de Passos Coelho a dar essa formação. Helena Roseta disse ter recusado de imediato tal parceria por achar inaceitável tal condição e que considerava importante recordar agora este episódio para que se perceba bem a personalidade de uma pessoa que, outra vez no poder, está envolvida num caso de pressões inaceitáveis ao jornal Público. E disse mais: “Na altura, percebi que era uma pessoa que não sabia distinguir fronteiras”.
Ora, a ser verdade, este episódio é grave, mesmo que já se tenham passado dez anos. Por isso é preciso que seja plenamente esclarecido. E, desta vez, não há uma qualquer entidade reguladora que venha em seu auxílio. Desta vez o assunto vai muito para além de pressão. O que Miguel Relvas propôs a Helena Roseta configura uma tentativa de favorecimento de um seu amigo (e que amigo!) abusando da sua qualidade de governante (ou seja do poder que tinha).
Como podemos continuar a ter um ministro todo poderoso que é apontado na praça pública (só?) por abusar da sua condição de governante? Relvas está na berlinda por más razões. E não pode continuar lá muito tempo. Se tiver um pingo de dignidade, só pode dizer adeus ao seu amigo Pedro, dar corda aos sapatos e ir pregar para outra freguesia.
E o que diz a isto o parceiro da coligação? 

1 comentário:

maceta disse...

este cianeto há-de ir de mala aviada como tantos outros... é um de má memória.