quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Praxes, ou actos criminosos que devem ter um fim?

Já manifestei neste blog a minha posição relativamente às praxes académicas, sobretudo dos últimos vinte a trinta anos: sou contra. Ainda aceito a justificação de que as praxes tenham sido importantes na integração dos novos estudantes que chegavam a Coimbra para frequentarem a Universidade, porque Coimbra era uma cidade universitária por excelência. A maioria da sua população estava directa ou indirectamente ligada à Universidade.
Nos últimos dias, em consequência da tragédia do MECO, o tema praxe está “na ordem do dia”. E a Comunicação Social não perdeu a oportunidade para tirar partido dele – sobretudo televisões e rádios. Ora, foi através de passagens de alguns destes programas que tomei conhecimento de algumas acções de praxe, para mim, inimagináveis. Nem tenho palavras para qualificar algumas coisas que vi. Qualificar  aquilo  de boçal ou imbecil é pouco. Aquelas práticas são desumanas, humilhantes e atentam contra a integridade física e mental dos praxados. Quem é capaz de praxar daquela forma, só tem um nome: Cretino.
Levantam-se agora algumas vozes no sentido de as autoridades académicas e a tutela do ensino superior tomarem medidas para acabar com elas. Mas apareceu logo quem discordasse, com o argumento de estarmos num país livre. Pois estamos, é verdade. Mas num país livre, a liberdade de uns acaba quando atenta contra a liberdade dos outros. Por outro lado, Portugal é um Estado de Direito, onde as leis se aplicam a todos os cidadãos e em todas as circunstâncias. Muitos daqueles actos são criminosos e, como tal, para além de terem de ser punidos, têm de ser “prevenidos”.

A não ser assim, que país é este?  

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