sábado, 7 de julho de 2012

Não é não assunto; é mesmo assunto


O Senhor primeiro-ministro, numa das vezes em que foi solicitado a comentar o assunto da licenciatura do doutor (eh, eh, eh…) Miguel Relvas, disse que tudo tinha sido feito sem atropelos à lei, pelo que o assunto se tornava um não assunto. Ora, todos sabemos que nem tudo o que é feito sem violar as leis é correcto, sobretudo do ponto de vista ético. Quantas vezes, no decurso da nossa vida, nos vimos confrontados com situações que nada se lhes podia apontar de ilegais, mas que intuíamos que eram autênticas aldrabices. Alguém acredita que haja uma pessoa, mesmo o super inteligente ministro Relvas, que tenha adquirido saberes equivalentes às matérias de 32 disciplinas de uma licenciatura, sabendo-se ainda que 11 delas corresponderam a uma experiência empresarial de escassos meses? Claro que ninguém acredita, mesmo o amigo Pedro Passos Coelho.Mas se o primeiro-ministro não quer ver a aldrabice da licenciatura “à bolonhesa”, não pode chamar não assunto ao facto de se saber que o doutor da mula russa mentiu mais do que uma vez aos serviços da Assembleia da República, informando-os que as suas habilitações literárias eram o 2º ano do curso de Direito, quando apenas tinha feito uma cadeira do 1º ano, e com a brilhante nota de DEZ valores. Ó senhor primeiro-ministro: Quem faz uma coisa destas, fá-la por distracção, ou porque é aldrabão? E, então, isto não é um assunto, ou quer meter a cabeça na areia e chamar-lhe não assunto?

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