terça-feira, 31 de julho de 2012

Cortar, cortar, cortar. E os cidadãos? Que se lixem!


Não há um só português que não saiba que a regra base da governação deste governo neoliberal que nos governa, é cortar nas despesas e aumentar os impostos. E os cortes nas despesas são feitos duma maneira cega, quase sempre sem critério. É preciso cortar nas despesas com o Serviço Nacional de Saúde? Pois corte-se o valor que for necessário cortar, custe o que custar. É preciso cortar nas despesas com os transportes públicos? Pois corte-se. Despeça-se pessoal, diminuam-lhes os ordenados (mas não os dos administradores), suprimam carreiras, diminuam o número de viagens diárias, encurtem os trajectos, custe o que custar. E os cidadãos? Bem, os cidadãos que se lixem (dirá naturalmente o primeiro ministro)!
Vem isto a propósito da política que está a ser seguida pelos STCP - Serviço de Transportes Colectivos do Porto - nos últimos tempos. Suprimem carreiras, diminuem o número de viagens diárias, aumentando o tempo de frequência entre cada uma, e agora até alteram os percursos, tornando-os mais curtos. Mas pior, algumas alterações dos percursos prejudicam a ligação entre os diversos tipos de transporte. Por exemplo: algumas linhas, como a do 202 e do 501, deixam de passar pela estação do Metro da Casa da Música, uma das estações mais centrais que tem, entre outras coisas, uma loja Andante e boas condições de mobilidade para deficientes.
Quer dizer: incentivam-se os cidadãos a utilizarem os transportes públicos e depois, para lá de lhes aumentarem os preços das viagens, diminuem-lhes as comodidades. E tudo em nome da suprema doutrina do corta …, custe o que custar. E as comodidades dos cidadãos? Ora, que se lixem!  

3 comentários:

500 disse...

Cá para mim, o melhor era acabar com os transportes públicos. Andar a pé faz bem à saúde, dizem os entendidos. E se as distâncias forem grandes, aluga-se um táxi, ou assim.

500 disse...

Ó 4-pereiró, há muito que o "S" de STCP deixou de ser Serviço. Agora é Sociedade. Dantes era, de facto, serviço, agora é uma sociedade e, como tal, não poder dar prejuizo. Só que o sócio maioritário esquece-se de pôr lá o cacau necessário.

4pereiro disse...

Tem toda a razão´. Agora é Sociedade, embora de um só sócio que, por sinal, não anda de autocarro, mas sim em grandes carrões.