segunda-feira, 14 de março de 2011

Iva para o leite achocolatado - 23%; Iva para o golfe - 6%. Porquê?

Foi hoje noticiado que o Governo vai alterar o IVA aplicado aos campos de golfe de vinte e três por cento para seis por cento. Tomei conhecimento desta triste medida logo de manhã, pela rádio. Fiquei tão surpreendido que comecei a imaginar se hoje seria um de Abril. Mas não, parece que há mesmo intenção do Governo em baixar o IVA nesta actividade, numa altura em que anuncia mais medidas de austeridade para atingir as metas de redução das contas públicas do Estado, medidas essas que vão atingir muita gente que já corta naquilo que come. Custa a acreditar que o Governo aumente o IVA para alguns produtos alimentares e o diminua para os serviços prestados nos campos de golfe. O golfe não é um desporto de massas, bem pelo contrário. Ninguém acredita que um praticante de golfe pondere se vai ou não vai jogar porque já não pode suportar o aumento do imposto aplicado. Mas já acredita que se venda menos leite achocolatado devido ao aumento do IVA. Por muitas voltas que dê à cabeça, não consigo compreender esta controversa medida.

2 comentários:

Anónimo disse...

Está enganado meu amigo!
Eu, e mais uns milhares de pessoas, vivemos na dependencia de golfistas (estrangeiros na sua esmagadora maioria). E há algum tempo que deixaram de vir ao nosso país para jogar, porque, dizem eles, a prática deste desporto está tão cara em Portugal, que já não conseguem suportar os custos. Portanto estão a deslocar-se para outros países. E não estou a falar de cor. Conheço muitos que já se foram, porque ao contrário do que muita gente pensa o golfe não é só para ricos. Claro que o leite com chocolate também deveria ter o iva a 6%, ou 0%.

500 disse...

Pois, os pobrezinhos também devem ser protegidos, com o IVA sobre os achocolatados a 6 a a 0%, desde que os golfistas suportem apenas 6%. O golfe é um "desporto" que preserva a saúde e devia, até, ser subsidiado (ainda que com os meus impostos) pelo Ministério da Saúde. Diria mais: qualquer governo responsável transformaria o país num 'green' contínuo e os cidadãos em 'caddys'. (Já se imaginaram a tacar na Torre para o buraco na Quinta da Marinha ou da Penina?) Salvo uma outra opção, qual seja a de substituir os 'greens' por hortas e pomares, para deixarmos de importar, de Espanha, os grelos e as ginjinhas. Bem sei que é mais fino ser 'caddy' do que hortelão, mas não se pode ter tudo...