domingo, 8 de agosto de 2010

O ultimato do PSD

A propósito das trapalhadas do caso Freeport, vem agora o PSD pela voz de Paula Teixeira da Cruz fazer um ultimato ao Procurador Geral da República, dizendo-lhe que: "Ou dá explicações ou tira as consequências de tudo isto". Eu acho que sim. Como consequência disto tudo o Procurador Geral da República deve, para já, suspender os dois procuradores que arquivaram o caso Freeport. Numa estrutura hierárquica a confiança vem de cima para baixo; não vai de baixo para cima. São os superiores que têm de confiar nos seus subordinados. Não podiam, pois, os procuradores Vitor Magalhães e Paes de Faria sugerirem numa reunião em Haia com as autoridades inglesas ter falta de confiança na hierarquia do Ministério Público. Esta atitude reprovável, para além de desleal, é um acto de insubordinação que fere a disciplina que uma cadeia hierárquica tem que ter. E é por aqui, não punir os actos de indisciplina dos seus subordinados, que o Procurador Geral e os seus adjuntos têm falhado.
Diz a Senhora Teixeira da Cruz que ainda não é momento do Presidente intervir. Pois não é, não, porque já foi. O Presidente já interveio quando recebeu os sindicalistas do Ministério Público, desautorizando o Procurador Geral da República, ou não?
E já agora: não me lembro de ouvir Paula Teixeira da Cruz falar quando do escândalo BPN. Nessa altura não apelou ao seu correligionário Dias Loureiro que assumisse as suas responsabilidades, Porquê?

1 comentário:

500 disse...

A senhora Paula só se pronuncia quando lhe interessa (não é a única, bem entendido). O PGR mandou instaurar um inquérito à "coisa", de que não espero grandes resultados. Leia o artigo da inuspeita Zita Seabra no JN de ontem.
Há muto que emito a opinião de que a justiça fede, já nem com o nariz protegido por máscar se consegue respirar.
Como aqui disse há dias, a ju8stiça deve ser refundada, o que nunca se fez, e deveria ter feito, no pós-25barra4. E tenha-se tomates para terminar com sindicatos políticos na área.
E, já agora, por que nunca foi Cavaco questionado pelo facto, inédito, de ter recebido o chefe de um sindicato? Um político sempre tão cuidadoso, comete um lapso? Não creio em bruxas. Que consequências, que desconhecemos, pode isso ter tido na "máquina" do MP? Não foi uma ultrapassagem, com rasteira, ao PGR? No mínimo, uma desconsiderção ao titular do MP, que ele nomeou.
Um nojo, que já cansa e causa vómitos.