terça-feira, 17 de março de 2015

BES (2)

Fernando Ulrich desmente Vítor Gaspar

17/03/2015

"Falei com Vítor Gaspar, não consigo precisar o dia, mas ele era ministro das Finanças. Foi em finais de Maio, princípios de Junho de 2013. Nessa conversa, um dos assuntos que referi foi a minha preocupação com a situação no GES e no BES", afirmou o presidente do Banco BPI no início da sua audição na comissão parlamentar de inquérito à gestão do BES e do GES.

Fernando Ulrich fez questão de dizer que estava a esclarecer as declarações do ex-ministro das Finanças a CPI, em que Vítor Gaspar afirmou que, entre Junho de 2011 e Julho de 2013, nos contactos que teve com agentes do sector financeiro, não lhe foi transmitida qualquer preocupação com o BES ou o GES. "Eu considero-me agente do sector financeiro", esclareceu Ulrich.

"Vítor Gaspar actuou de imediato porque em menos de 24 horas fui contactado por um alto funcionário do Banco de Portugal, que me disse que o ministro levantou este assunto junto do governador e o governador instruiu-me para falar consigo. Fui ao BdP e nessa conversa expliquei mais em detalhe as razões de ser das minhas preocupações em relação ao BES e ao GES", esclareceu Ulrich.

"O que aconteceu depois não sei. Mas todas as partes envolvidas fizeram o que tinham a fazer. O ministro actuou porque contactou o BdP e o BdP actuou imediatamente.

"Causa alguma perplexidade porque é que o BCE terá sido tão violento com o BES e anda com os bancos gregos ao colo", questionou Fernando Ulrich, referindo-se ao facto de o Banco Central Europeu ter cortado o acesso do BES a liquidez, ditando a resolução do banco.

"A mim faz-me confusão como foi possível um tratamento tão violento para um banco relevante do país maravilha para os programas da troika. Isto vindo da troika, que não percebeu nada do que se passava no BES em três anos, período em que os bancos fizeram 14 planos de capital e tiveram reuniões trimestrais com a troika", explicou o presidente do BPI esta terça-feira, 17 de Março, na Comissão Parlamentar de Inquérito à Gestão do BES e do GES.

"O banco que não precisava de capital público estoirou e a troika não percebeu", ironizou Ulrich. 



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Começa a perceber-se, se é que não se tenha já percebido, que toda a gente (a que interessa), assobiaram para o lado, esperando um qualquer milagre, ou receando uma qualquer révanche do Salgado..

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