sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

Que raio de sindicalismo é este?

Desde que José Sócrates foi preso preventivamente, que o Sindicato dos Guardas Prisionais, na pessoa do seu Presidente, tem dito e até reivindicando os maiores disparates.
Primeiro o sindicalista insurgiu-se pelo facto de Sócrates – a quem ele nunca tratou pelo nome, mas sim como “o referido recluso” – ter muitas visitas; depois insurgiu-se porque Sócrates recebia muitas encomendas. Num e noutro caso o indivíduo pedia mais guardas, porque os existentes, coitadinhos, estavam a ter muito mais trabalho! Quer dizer que o tipo estava a aproveitar-se da medida de coação imposta a Sócrates para conseguir os seus intentos reivindicativos.
Mas, não se ficou por aqui. Não se percebe com que intenção veio denunciar três situações, próprias dum chamado “bufo” dos maus tempos do Estado Novo: que José Sócrates tinha na cela um cachecol do Benfica; que usava botas não condizentes com o regulamento; e, “crime dos crimes!!!”, que o ex-primeiro-ministro fazia telefonemas dum sítio não autorizado da prisão. Que dizer desta atitude? Eu digo que o cavalheiro que preside ao dito sindicato, tem qualquer trauma com Sócrates e quer agora vingar-se, numa altura em que ele está na mó de baixo. Mas Miguel Sousa Tavares, num artigo publicado no Expresso escreve: “Isto não é sindicalismo: é canalhice, pura e simples. É a miserável valentia lusitana de pisar e descalçar as botas a quem já está caído”.

Com a devida vénia, subscrevo o que Miguel Sousa Tavares escreveu. E pergunto: Isto é sindicalismo sério? Não é, de certeza.

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