terça-feira, 4 de novembro de 2014

O quê, Sra Merkel

A Senhora Merkel continua, por culpa dos nossos actuais governantes, a falar de Portugal como se fôssemos um país menor a quem ela quer traçar directrizes políticas, que às vezes parecem mesmo ordens para a cambada que nos governa. E fá-lo com um ar de superioridade, não se lembrando que viveu muitos anos “debaixo da pata” comunista da URSS. Ou, se calhar, lembra-se e, talvez por isso, aja desta forma.
Vem isto a propósito do que ela disse durante uma intervenção na confederação das associações patronais alemãs: “Países como Portugal e Espanha têm demasiados licenciados, o que faz com que não tenham noção das vantagens do ensino vocacional”. E mais: “que o enfoque nos estudos universitários como um feito de topo da carreira é algo do qual deve haver um afastamento”.
Que pretende a Sra Merkel com isto? Em Portugal a percentagem de adultos que completaram estudos superiores ronda os 18%, enquanto na Alemanha e na União Europeia ronda os 25%. Então, posso inferir que Merkel não quer os portugueses tão habilitados como os alemães e outros europeus. No fundo o que ela quer é que Portugal continue a ser exportador de mão-de-obra barata!

Mas o pior de tudo é que a dita senhora se arroga em nossa chanceler – poderes que não tem, já que nunca foi sufragada pelos portugueses em quaisquer eleições. Ah, é preciso lembrar-lhe que a Alemanha não desapareceu na primeira metade do século passado porque muitos dos países europeus (e não só) não quiseram. Bem pelo contrário, para que a Alemanha se levantasse dos cacos em que ficou injectaram nela muito dinheiro, com prejuízo das suas economias e, consequentemente, dos seus cidadãos. Infelizmente, está rodeada de supostos neoliberalistas de pacotilha, como Passos Coelho e até há pouco um tal de José Barroso. Para nossa desgraça!

1 comentário:

Kim disse...

Ver meu comentário no post anterior