segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Tanto chinfrim, porquê?

Acalmado o chinfrim que algumas personalidades da Direita fizeram, em consequência das críticas que o nosso venerando Chefe de Estado fez às medidas que o Governo PPD/CDS pretende introduzir no Orçamento do Estado, nomeadamente aquelas que S Exa considera violadoras da equidade fiscal, como o tirar os subsídios de férias e de Natal aos funcionários públicos e aos reformados e não àqueles que recebem rendimentos das actividades privadas, é altura de lhes perguntar:

Não foram todos apoiantes de Cavaco Silva, muitos deles elementos preponderantes nos seus órgãos da candidatura - Comissão de Honra ou Comissão Política? Não o conheciam bem? Não sabem que Cavaco Silva põe sempre os seus interesses pessoais e políticos à frente de todos os outros interesses? Não sabem que Cavaco estava mortinho por mandar "uma latada no Passos da jota" que o enfrentou nos órgãos do PPD? Ora, Cavaco Silva sabe, como todos nós sabemos, que tais medidas vão trazer uma grande recessão económica e, sobretudo, vão aumentar o desemprego, empobrecer muitos portugueses e colocar muitas famílias à beira da miséria, e ele não quer ficar ligado a estes dramas. Cavaco Silva também sabe, como todos nós, que vai haver muita contestação nas ruas e não quer ver cartazes e caricatuas suas que o apontem como um dos responsáveis. Ele quer estar em casa, ao lado da sua Maria, a ver as reportagens das manifestações e rir a bom rir das menções desagradáveis ao Passos Coelho e dizer bem alto: "Eu bem avisei!"

Ah, espero que Cavaco Silva, em coerência com o seu pensamento (será?), vete a lei do Orçamento se forem avante estas medidas, muito embora saiba que o teria obrigatoriamente de promulgar uma vez votado de novo por mairia absoluta no Parlamento. Mas, mantinha a sua posição. Caso contrário temos o direito de pensar que "é só fumaça"

1 comentário:

500 disse...

Claro que o homem não quer ficar ligado a este e aos próximos orçamentos, que vão infgernizar a vida dos portugueses. Tem que salvar a pele de grande estadista que se julga.
As conclusões (?) do Conselho de Estado não são tornadas públicas, mas gostava de saber o que se vai passar. O Alberto João virá? O Dias Loureiro já não é conselheiro, pois não? É pena, talvez desse uns bons palpites para superar a crise.