quarta-feira, 20 de dezembro de 2017

CONTRIBUTOS EXTERNOS

__ DIA DE ANOS __
                                                            

                  Gil Monteiro*


Anos, anos, anos!...
Bolo e velas a luzir.
Cantam-se os parabéns.
Ouvem-se palmas, abrem-se prendas
 Na capela, a luz das candeias fazem tremeluzir,
Por Maria e José serem padrinhos!
O Sr. Abade traduzia a prédica,
Seguindo a Velha Religião.
Nas aldeias pobres não havia festa.
As prendas na feira: Brinquedos antigos;
 E podiam conter uma ou outra peça de roupas
Pois no inverno as camisolas eram poucas (!
Colheitasboas, até a cabra paria dois cabritos:
Passados meses, produzia-se o requeijão.
Com os socos fortes, e pregados de tachas,
Calcar os gelos da rua, som do telintar de apitos!
Na Escola, o Sr. Antunes cantava e ensaiada bailados,
Como mostrava, à maralha, em frente da vetusta capela:
---- Viva o Zé Concertinas, o bombo e os ferrinhos!
Dos bailes saiam, os pares meiguinhos!...



Porto, 9 de dezembro de 2017                                                

*José Gil Correia Monteiro

2 comentários:

Janita disse...

Um bonito poema de um Natal de Aldeia, de tempos idos.

Agora ninguém já calça socos cardados
e nas Capelas não se iluminam os Santos
à luz da candeia.
Por todo o lado há fogueiras
e modernos bailados.

:)

500 disse...

É como diz, mas o meu Amigo gosta de regressar sempre à sua experiência de menino.
bji.