sexta-feira, 27 de janeiro de 2017

CONTRIBUTOS EXTERNOS

 

-- A DOÇURA DAS PALAVRAS --

                                                                       Gil monteiro*

Quanto mais passam os anos, mais vamos envelhecendo, e a olhos vistos! Ou melhor, com os olhos, mesmo sem óculos: é obrigatório observar. As atividades vivas vão-se deteriorando, ou seja: andamos menos, menor equilíbrio nos passeios. São da 4ª idade, pois os da 3ª quase todos os adultos têm! Ou vão chegando!...
Amigos de 80 ou 90 são muitos e ligeiros. Fazem as suas caminhadas e tomam chá ou café (!) Morrer aos 70 anos deixam muitos lamentos pelos convívios.
-- Aquele moço, que estudou na Praça dos Leões já se apagou? Vamos pensando nos passeios ao estádio do Lima para ver o futebol. Foi na semana passada?!... A Areosa era logo ali! Víamos os elétricos de Ermesinde sempre cheios e muitos embrulhos.
Nas idas, agora, ao centro de saúde, cuidando do bom estado físico e mental, onde os trabalhadores são amáveis, ouvimos um médico otorrino dizer:
-­- Não nos lembramos que, depois dos dezoitos feitos, passamos a envelhecer!... Os ouvidos passam a órgãos usados; a limpeza interna dos canais auditivos devia ser obrigatória. E mais foi dizendo, enquanto recolhia os dados de diagnóstico.
Calei, mas não quero ser recauchutado! Antes continuar a ouvir mal o que devia ouvir bem, no tempo de se ir para o Além...
Somos crianças de pele, e não só, encarquilhada, nos caminhos de Jó para Jales, no momento oportuno. O dinamismo tem os seus custos e aprendizagem nas universidades...  dos seniores. Diria antes, Universidades... ” de  suas alturas”!
“ As leituras passam a ser prioritárias”, proferia o Dr. Camilo.
“ Agora, após a aposentação, leio o jornal de ponta a ponta e até o obituário; e vou à Foz cortar o cabelo!”
O encanto das leituras sempre me fascinou.
Sou um quase analfabeto musical, mas as notas e pautas esfregam os olhos, e algumas são retidas. Mas, com as letras, é uma batalha, todas querem um cantinho da memória, e lutam, lutam... Para se registar como o nome próprio batata ao cifrão até o bailar da blusa de crepe da Alzirinha, na Sr.ª da Saúde, ganho paciência e boa disposição. A palavra olá é linda, mas partilhar é bela e cheia. O linguajar das crianças são segredos...
E as cantigas ao desafio?!
Fazem a alma pular de contente...                                                                 

Porto, 21 de janeiro de 2017

*José Gil Correia Monteiro

2 comentários:

Janita disse...

Este texto perde muito da sua beleza, dado que a margem esquerda da página foi cortada e rompe o entendimento da prosa. A leitura fica confusa.
Se me permitem, sugiro a sua republicação. Aprecio a escrita de Gil Monteiro, como o José sabe, e é pena ficar ininteligível.
Obrigada.

500 disse...

Janita,
tem razão no reparo, mas foi-me enviado assim e não consegui alterar o formato.
Bji.