terça-feira, 20 de novembro de 2012

O todo poderoso Gaspar


Não tenho paciência para ouvir o ministro Gaspar. Não suporto o cinismo com que ele fala, aquele tom de voz e aquele sorrisinho que eu classifico como os do verdadeiro sacana. Por isso, propositadamente, não vi ou ouvi a conferência de imprensa.  
Parece que a determinada altura uma jornalista o interpelou chamando-lhe “sr primeiro-ministro”. É verdade que Louçã Gaspar não é, de facto, o primeiro-ministro, mas é ele, de facto, que manda nos outros ministros e ministérios e na política do Governo. Não nos podemos esquecer do célebre episódio entre ele e o ministro Álvaro, em que, após Álvaro ter insistido que era preciso investir no crescimento económico, já depois de Gaspar lhe ter dito “não há dinheiro”, se virou para ele e lhe perguntou em tom sarcástico: “Qual destas três palavras não entendeu?”
Pois bem, Gaspar é mesmo para a Troika e, porque não dizê-lo, para os outros ministros, para os jornalistas, para os líderes das bancadas dos partidos do PPD e do CDS, e até para a senhora Merkel e o senhor Wolfgang Schauble, o verdadeiro líder e ideólogo da política do governo. Para estes, Passos Coelho não passa de um bom rapaz, mas com um perfil de político medíocre.
Eu até suspeito que, no seu íntimo, Loução Gaspar se esteja sempre a lembrar de um professor universitário que foi chamado para a pasta das Finanças também num momento difícil para as contas públicas, que geriu o ministério com mão de ferro e, mais tarde, se tornou no homem todo poderoso de Portugal. Seu nome: António de Oliveira Salazar. Só que os tempos são outros e a História não se repete. Felizmente, digo eu.


Sem comentários: