Retribuo a sua Toccata (sem) Fugir, antes pelo contrário, é ao som dela que lhe deixo um poema de Primavera.
De Alberto Caeiro:
"Quando Vier a Primavera"
Quando ier a Primavera, Se eu já estiver morto As flores florirão da mesma maneira E as árvores não serão menos verdes que na Primavera passada.
A realidade não precisa de mim. Sinto uma alegria enorme Ao pensar que a minha morte não tem importância nenhuma. Se soubesse que amanhã morria E a Primavera era depois de amanhã, Morreria contente, porque ela era depois de amanhã.
Se esse é o seu tempo, quando havia ela de vir senão no seu tempo? Gosto que tudo seja real e que tudo esteja certo E gosto porque assim seria, mesmo que eu não gostasse. Por isso, se morrer agora, morro contente, Porque tudo é real e tudo está certo.
Podem rezar latim sobre o meu caixão, se quiserem. Se quiserem, podem dançar e cantar à roda dele. Não tenho preferências para quando já não puder ter preferências. O que for, quando for, é que será o que é.
2 comentários:
Retribuo a sua Toccata (sem) Fugir, antes pelo contrário, é ao som dela que lhe deixo um poema de Primavera.
De Alberto Caeiro:
"Quando Vier a Primavera"
Quando ier a Primavera,
Se eu já estiver morto
As flores florirão da mesma maneira
E as árvores não serão menos verdes que na Primavera passada.
A realidade não precisa de mim.
Sinto uma alegria enorme
Ao pensar que a minha morte não tem importância nenhuma.
Se soubesse que amanhã morria
E a Primavera era depois de amanhã,
Morreria contente, porque ela era depois de amanhã.
Se esse é o seu tempo, quando havia ela de vir senão no seu tempo?
Gosto que tudo seja real e que tudo esteja certo
E gosto porque assim seria, mesmo que eu não gostasse.
Por isso, se morrer agora, morro contente,
Porque tudo é real e tudo está certo.
Podem rezar latim sobre o meu caixão, se quiserem.
Se quiserem, podem dançar e cantar à roda dele.
Não tenho preferências para quando já não puder ter preferências.
O que for, quando for, é que será o que é.
Beijinhos, bom domingo.
Muito agradecido pelo poema do Alberto Caeiro.
Re-retribuo com um poeminha (noutro postal) de autor que não eu.
Bjis.
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