segunda-feira, 12 de fevereiro de 2018

CONTRIBUTOS EXTERNOS

Terramotos

Por Antunes Ferreira

Na madrugada da passada segunda-feira mais de trezentos sismos com magnitude entre os graus 1,9 e os 3,2 da escala de Richter assolaram os Açores, com especial incidência na ilha de São Miguel. Ao semanário “Observador” de Lisboa, o presidente do Instituto do Mar e da Atmosfera declarara que a crise sísmica poderia prolongar-se “seguramente durante dias, até semanas e possivelmente meses”. Os Açorianos – tão habituados a estas situações – limitam-se a… continuar a viver.
Soube-se então que esta crise sísmica teve origem na mesma falha tectónica que há quinhentos anos quase destruiu São Miguel assolada por um terramoto catastrófico seguido de um tsunami. Estava-se em 1522e a falha era e é resultante (Ponto Triplo) do encontro de três placas submersas: a euroasiática, a norte-americana e a africana. Cientificamente ainda há muito para estudar.
O Homem nem conhece, bem ou mal, o planeta em que vive. Julga, mas, na realidade não. Porém, nem tanto ao mar, nem tanto à terra, a Humanidade conhece o concreto, o local onde vive, o que come, o seu estatuto vivencial, emocional e tradicional, o sentido da responsabilidade, da sobrevivência, dos valores morais, do dever, da obrigação, da filiação, da paternidade, da maternidade, do valor do numerário (talvez o principal) e muitos outros, se se continuasse a enumerá-los chegar-se-ia ao infinito… E, obviamente, também conhece os “valores” contrários.


É por tudo isso que a introspeção nos rodeia num amplexo indeclinável e impossível de “desatarraxar” e pior, vivemos assim porque queremos viver assim, disso não podemos sair quiçá não queremos sair. A complexidade desta estranha maneira de viver desnorteia-nos, desnorteia a Humanidade porque afinal o que é a vida, onde ele começou, onde ela acabará? Perguntas como imensas respostas mas nenhuma solução. Donde se chega ao drama existencial. Muitos filósofos têm vindo a abordar o tema de todos os ângulos possíveis e imagináveis, Para dar alguns exemplos desde Santo Agostinho até Hegel e Kierkegaard a procura do drama existencial foi constante, durou séculos e vai continuar. "Conhece-te a Ti mesmo e conhecerás todo o universo e os deuses, porque se o que procuras não achares primeiro dentro de ti mesmo, não acharás em lugar algum"- frase do Templo de Delfos na Grécia.

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