segunda-feira, 31 de outubro de 2016

PARA DESOPILAR

O velhote morreu.
O padre encomenda o corpo e e a alma e rasga-se em elogios:
- O finado era um óptimo marido, um pai exemplar, um excelente cristão...
A viúva vira-se para um dos filhos e diz-lhe ao ouvido
- Vai até ao caixão e vê se é mesmo o teu pai que está lá!

6 comentários:

Janita disse...

Pois...depois de morrerem, até os que não prestaram viram poços de virtudes. Eu não sou de gastar velas com fracos defuntos! eheheh

500 disse...

É do género, lugar comum: "tinha um feitio especial, mas não era má pessoa..."

Kim disse...

Já lá dizia a socialite: estar morto é o contrário de estar vivo.

Janita disse...

Isso até me ofende!! Eu lá sou pessoa de 'lugares comuns?'

Eu sou mais de usar modelos originais, tipo: "Era um traste e não é por ter batido as botas que vai deixar de o ser"

500 disse...

Pois é, a língua portuguesa é muito traiçoeira. Quando escrevo "é do género", não me refiro à Janita, mas sim ao ao seu comentário, ou seja, concordo que depois de mortos viramos todos um poço de virtudes, por mais trastes que fossemos em vida.

Janita disse...

Ah, bem, assim já me animo!

Saiba que quando chegar a hora de me velarem, e disserem que fui uma excelente pessoa, dizem a verdade. Um pouco retorcida e de pêlo na venta, mas justa, e amiga do seu amigo.

Agora surgiu-me uma ideia que me atormentou. Já viu que se morrermos de repente, nenhum de nós poderá chorar a perda do outro?
Se calhar até é bom...