terça-feira, 4 de janeiro de 2011

A crise não é para toda agente

A palavra crise foi de certo uma das palavras mais pronunciadas em 2010. Por isso, não era previsível que a vendas de veículos automóveis, sobretudo ligeiros de passageiros, subissem tanto - cerca de 39% relativamente ao ano de 2009. Acabou por ser o melhor ano de vendas nos últimos oito anos, ou seja, é preciso recuar ao ano de 2002 para se encontrar um ano com vendas superiores às de 2010. Previsível seria que diminuissem as vendas de bens de consumo que não são de primeira necessidade, como os automóveis. Mas compreende-se, e até se justifica, esta inversão de comportamento dos consumidores no que diz respeito aos automóveis de gama baixa ou média, atendendo aos incentivos à compra dados pelas marcas, apoiados na mais que certa subida de preços, por via do aumento da carga fiscal e não só. Por isso Dezembro de 2010 cresceu mais de 60% relativamente a igual mês do ano anterior.
Agora, o que não se compreende (ou talvez sim) é a anormal subida de vendas de carros topo de gama, as quais bateram até recordes em relação aos últimos anos, acima até das vendas de 2002. Entre outros, venderam-se mais Lamborghinis, Mercedes (mais 31%) e Porsches (mais 88%!). Como é possível? Isto só prova que a crise não é para toda a gente.

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